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Enviada em: 24/08/2017

A justiça é a forma mais eficaz de interação social desde antigas civilizações e ao longo da história foi se moldando, deixando de ser baseada somente na punição severa como era o código de Hamurabi, conhecido pela frase “Olho por olho, dente por dente” e tornando-se mais pacificadora. Apesar de toda evolução histórica e cultural, a justiça brasileira ainda é lenta. Quais mecanismos podem ser adotados para que o poder judiciário saia desse estado de estagnação em seus processos judiciais?        Em meio a tantas burocracias enfrentadas pelo povo ao buscarem seus direitos, cada dia, mais e mais processos são engavetados sem soluções. O número de juízes não supre a demanda de julgamentos, com toda essa demora, falhas e brechas nas leis, o que vemos rotineiramente nos meios de comunicações são pessoas que tomam a frente das autoridades fazendo justiça com as próprias mãos, como dizia Rutra Larama “A lentidão da justiça abranda a pena e nos faz pensar que o crime compensa”. Isso é preocupante, pois os justiceiros do povo também cometem injustiças, ao agirmos dessa forma ameaçamos toda ordem evolutiva da sociedade.      Um dos motivos que causa tantas acumulações processuais deve-se ao fato de que muitos dos casos parados que poderiam ser resolvidos através de conciliações são levados ao extremo do poder judiciário, de acordo com Albert Camus " Se o homem falhar em conciliar a justiça e a liberdade, então falha em tudo." Observamos uma má divisão do trabalho, sem profissionais mais específicos para administrar com mais dinâmica a resolução desses tramites que requerem mais agilidade , dificultando o papel de facilitadora e conciliadora da justiça, causando um estacionamento crescente dos processos que ficam arquivados sem soluções, prejudicando os envolvidos, sem beneficiários.     Para sanar os problemas enfrentados pelo poder judiciário medidas precisam ser tomadas, uma delas é promover um trabalho coletivo de extensão nas universidades públicas e privadas entre estudantes de direito, advogados e juízes para que seja feito mutirões de conciliadores em casos que estão parados há muitos anos, tornando o espaço judicial mais ordenado e aumentando a qualidade na formação desses profissionais. O Estado deve elaborar mais concursos públicos, voltados para novas áreas que devem ser ampliadas também no meio acadêmico, portanto, com tarefas mais direcionadas e uma conjuntura judicial mais equilibrada e dividida, o poder judiciário poderá se tornar mais eficaz e mais desafogado nas suas resoluções processuais.