Materiais:
Enviada em: 03/09/2017

"A Justiça tarda mas não falta", reza o ditado popular. No entanto, hoje, os brasileiros sabem que só a primeira metade desse dito continua verdadeiro. No Brasil, a Justiça tarda tanto que muitas vezes não chega. O resultado é a impunidade, que dá aos piores bandidos o salvo-conduto para continuar a praticar homicídios, sequestros e estupros. Também é gritante a falta de isonomia entre os julgados. Quem tem mais recursos dificilmente irá parar atrás das grades. Reflexo da burocracia e da iniquidade que impregna o Judiciário.       O jurista Rui Barbosa, salienta que "a justiça atrasada não é justiça, senão injustiça qualificada e manifesta". Nesse sentido, para que a justiça seja feita é preciso que as sentenças sejam emitidas no mais breve espaço de tempo. No contexto atual, quando o réu possui um bom advogado, é praticamente certo que gozará esse tempo fora da cadeia – livre inclusive para cometer outros crimes. Em muitos casos, a pena prescreve, o que pode levar ao total descrédito da população pelo sistema judiciário.       Não obstante, o desafio de promover uma justiça equânime está cada dia mais distante da maioria dos cidadãos brasileiros. A libertação da esposa do ex-governador do Rio de Janeiro, Adriana Anselmo, para cuidar de seus filhos menores de idade, ilustra a discrepância do judiciário. Enquanto, centenas de outras presas, em igual situação, permanecem encarceradas.       Celeridade e isonomia, portanto, são desafios quase intransponível ao Judiciário brasileiro. Dessa forma, para se alcançar maior velocidade jurídica, faz-se necessário ampliar a rede de juizados especiais criminais, descentralizar as varas e as alçadas criminais e implantar um sistema informatizado que permita a rápida troca de dados entre os tribunais, por meio de recursos do Ministério da Justiça. Bem como, O Ministério Público, criar multas para advogados que apresentem recursos protelatórios, sem embasamento jurídico. Ademais,  fortalecer a defensoria, por meio de contratação por concurso público, de modo a levar justiça igual a todos.