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Enviada em: 28/08/2017

Desde o Iluminismo e, posteriormente, a Revolução Francesa, o caráter participativo acentuou-se expressivamente nas sociedades mundiais. Nesse sentido, torna-se evidente o engajamento da população, esse que através da explícita corrupção e impunidade do degradante sistema político brasileiro promove uma generalizada insatisfação dos cidadãos mediante a máquina pública e consequentemente o aumento de ações judiciais frente ao estado caótico nacional. Diante de tal perspectiva, vale analisar os fatores sociais e políticos que constroem o cenário em questão.       Segundo José Saramago, na falsa democracia mundial, o cidadão está à deriva, sem a oportunidade de intervir politicamente e mudar o mundo. Tendo em vista, que esse pensamento é amplamente difundido na sociedade contemporânea brasileira, fatores como o real distanciamento entre eleito e eleitor, a lentidão e ineficácia do setor judiciário faz com que a população tenha o sentimento de abandono e então indevidamente passe a tomar por conta própria decisões que caberiam ao Estado, já que a ineficiência de agências reguladoras em resolver conflitos, quando acionadas, promove o acúmulo de processos legais e a consequente demora de solução.       Simpatias ideológicas, interesses políticos e a sobreposição dos interesses coletivos pelos individuais aliada a fragilidade da execução legislativa, são alguns dos catalisadores que contribuem para a construção e manutenção do gigantesco sistema de corrupção brasileiro. Desse modo, a atuação de todos os poderes que regem o país, inclusive o STF, é diretamente influenciada pela ação de políticos corruptos e consequentemente a decisão sobre muitos processos não condiz com o desejo da sociedade, promovendo insatisfação e descrença, já que a política surge do âmbito social.       Para que se reverta, portanto, esse cenário preocupante, urge a necessidade de que o Poder Judiciário emita sentenças mais rígidas perante a crimes de corrupção e responsabilidade, não permitindo que nenhum criminoso seja impune. Outra estratégia importante consistiria em uma maior fiscalização quanto a produtividade de agências reguladoras e o sistema judiciário para que então diminua o exorbitante tempo de espera de um processo legal. Além de serem criadas pelo Ministério Público campanhas de engamento, buscando a interação da sociedade civil quanto ao conhecimento sobre os direitos e deveres previstos na Constituição Brasileira, para que então na próxima eleição a população possa votar de forma mais consciente.