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Enviada em: 17/09/2017

O notável Dostoiévski, um dos maiores escritores russos, considerou que todos somos responsáveis por tudo sobre todos. Tal concepção é coerente na atual situação do Brasil, em que a sociedade tem responsabilidade sobre os problemas que afetam o poder judiciário brasileiro. Desse modo, a problemática é gerada pela morosidade e pela falta de acesso a justiça.     Sabe-se que a vagarosidade na justiça é reflexo de relações interpessoais superficiais. Tal afirmação comprova-se, pois em um mundo em que a globalização é expressiva e apreciável, as relações entre pessoas tornam-se liquidas, por conta de menor necessidade de contato físico para se comunicar. Nesse sentido, a falta dessa necessidade reflete em todos os âmbitos sociais, inclusive no Judiciário, fazendo com que processos que antes seriam aprovados com rapidez sejam adiados ou deixados de lado por uma menor pressão social presencial. Dessa maneira, a problemática é preocupante, pois uma política morosa impede que a justiça seja viabilizada.      Outro fator a ser destacado é a falta de acesso à justiça por todos os cidadãos. É evidente que no Brasil, é  garantia constitucional, entretanto a atual estrutura jurídica não fornece suporte para que toda a população tenha acesso a resolução de seus problemas e garantia de direitos. Tal fato ocorre, por conta de diversos fatores de ordem econômica, social, cultural, psicológica, legal e falta de conhecimento. Desse modo, cada um desses fatores isolados é o suficiente para impossibilitar o contato de uma pessoa com o Poder Judiciário. Nesse sentido, a problemática impede que todas as pessoas tenham acesso à lei igualmente, agravando ainda mais o processo de segregação social.     É certo, portanto, que o Poder Jurídico brasileiro necessita ser aprimorado, para que o direito de todos os cidadãos sejam garantidos. Logo, cabe ao Conselho Nacional de Justiça regular e fiscalizar o Judiciário com maior rigorosidade, para que a morosidade decresça. E, cabe ao Ministério da Educação incentivar a iniciativa privada na criação de mecanismos que possibilitem um maior contato entre as pessoas leigas e o judiciário. O atendimento deve ser realizado por parte da instituição de ensino superior, ou ainda, o universitário leva o conhecimento por meio de palestras ou pelo próprio atendimento, possibilitando a orientação e acompanhamento jurídico gratuito às pessoas que não possuem recursos financeiros para tal. Assim, a sociedade que Dostoiévski dita, será responsável por um país em que todos colaboram para o bem estar social.