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Enviada em: 13/08/2019

Segundo o sociólogo Pierre Bourdieu, ainda que cada sujeito possua sua individualidade, esta se entrelaça no contexto social dos diversos grupos e instituições das quais participa. Ao considerar esse olhar como ponto de partida para a exclusão e seu impacto na saúde do brasileiro, é clara a influência dos diversos grupos sociais na construção desse problema. Nesse contexto, torna-se pontual não apenas questionar como o Estado falha na promoção da equiparação de direitos entre a população, mas também analisar seus impactos no organismo social.        Em primeira observação, é importante compreender como o Estado é falho na garantia o bem estar includente na população. Atesta-se, por conseguinte, a perspectiva de Bourdieu, na medida em que essa instituição age de modo a influenciar as peculiaridades sociais. É nítida, nessa perspectiva, a influência do viés mercadológico que, aliado a imparcialidade promovida pelo capital e do princípio utilitarista, de Benthan e Mill, há uma certa escolha de preferências no tratamento de grupos sociais abastados, causando exclusão que, no contexto atual, dificulta o acesso à saúde pública por todos, como previsto legalmente. É evidente, pois, o impacto que essa exclusão causa na saúde, em razão da dificuldade de acesso e do assistencialismo social as camadas mais necessitadas, criando um círculo vicioso danoso à sociedade.       Outro ponto relevante, nesse cenário, é como o contexto pós-moderno dificulta o combate à problemática. Nessa perspectiva, constata-se a percepção de Zygmunt Bauman, pois, em sua obra "O mal-estar na pós-modernidade", o pensador advoga que o indivíduo contemporâneo age de maneira irracional por ser vitimado pela cegueira moral. Isso significa que a sociedade não alerta seus indivíduos para reconhecerem a exclusão social como uma ferramenta de hierarquização, assim, inconscientemente, essa medida acarreta numa maior carga de estresse aos menos favorecidos que ficam, dessa maneira, mais suscetíveis a doenças psicológicas em razão da evidente segregação social, ferindo, inclusive, o artigo 5 da Constituição Federal, que prega a isonomia social. Configura-se como determinante, portanto, a reestipulação de valores da sociedade para a promoção de uma maior inclusão social, amenizando o problema.       Haja vista as problemáticas decorrentes da exclusão na saúde do povo brasileiro, é mister a implantação de mudanças para detê-las. A princípio, é fundamental que os Ministérios do Desenvolvimento Social e da Saúde fomentem popularização da saúde, de modo a afastá-la do viés mercadológico, por meio da construção de postos de saúde e de hospitais em regiões periféricas, de modo a promover uma saúde de qualidade a todos. Ademais, cabe ao Ministério da Educação a criação de propagandas em mídias abertas, bem como a televisão e o rádio, que estimulem inserção social plena de modo a conscientizar a população, diminuindo o estresse das camadas inferiores na hierarquia, possibilitando a elas um melhor bem estar e saúde mental. Com essas iniciativas, espera-se que o agrupamento social, proposto por Bourdieu, possa conduzir a relações mais humanizadas.