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Enviada em: 17/08/2019

Na visão do filósofo inglês John Locke, cabe ao Estado a proteção a todos os indivíduos, bem como a garantia à vida, à liberdade e à propriedade, que são direitos inalienáveis. Contudo, observa-se que as diversas formas de exclusão e seus impactos sobre a saúde do brasileiro evidenciam que essas prerrogativas não são respeitadas. Diante disso, é preciso conhecer os diversos estigmas desse problema, na propensão de solucioná-lo.       Em uma primeira análise, do ponto de vista sociológico, a persistência da problemática no Brasil é fomentada pela discriminação e preconceito contra as minorias. Desde que o atual presidente, Jair Bolsonaro, assumiu o cargo no início do ano, uma onda conservadora tem perpassado o país e feito com que os indivíduos de grupos minoritários sejam vistos com maus olhos, participantes do grupo LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e travestis) por exemplo. Associado a isso, os polêmicos discursos de Bolsonaro, como "prefiro filho morto em acidente a um homossexual" - de acordo com a revista Terra, acabam a ser repetidos pela população e a excluir tais grupos de buscarem atendimento hospitalar, por medo da possível repercussão e tratamento diferenciado, ocasionando-os  doenças, tais como a depressão. Dessa maneira, o rompimento desse cenário configura-se como importante dever político.       Vale ressaltar, ainda, as implicações advindas da falta de estrutura do sistema único de saúde (SUS). Desde o auge da crise econômica em 2015, muitos brasileiros acabaram desempregados ou com arrochos no orçamento familiar e sem disporem de orçamento para o pagamento de um plano de saúde, o que fez com que a dependência do SUS só crescesse de lá para cá e levou a evidenciar o quão despreparado está o Brasil para atender seus cidadãos. Retrato disso foi a alarmante notícia divulgada pela Folha de São Paulo na semana passada: a vó da primeira dama, Michelle Bolsonaro, passou dois dias em uma maca ao aguardar atendimento em uma unidade de atendimento no Distrito Federal. Assim, se até mesmo a avó da primeira dama não consegue atendimento, estaria o brasileiro excluído de conseguir atendimento hospitalar e a mercê de sua própria sorte? Nota-se que sim.       Portanto, o dilema que envolve as minorias e o panorama da estrutura hospitalar brasileira são importantes vetores da problemática. Destarte, é imperativo que o presidente, por meio de uma análise de seus valores e discursos, tome iniciativa em garantir o princípio de igualdade imposto na Constituição de 1988,  com discursos mais igualitários, influenciando, dessa forma, a população. Ademais, deve o Ministério da Saúde investir em mais infraestrutura para a criação de hospitais e postos de atendimentos, por meio de projetos de emenda junto ao Congresso Nacional, garantindo atendimento a todos. Assim, será possível romper e atenuar esse painel do Brasil de maneira eficaz.