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Enviada em: 25/08/2019

Na década de 50, o ativista político Martin Luther King liderou um movimento contra a proibição dos negros viajarem sentados em ônibus estadunidenses. Tal fato evidencia a desigualdade de direitos que diversos grupos minoritários enfrentam nos serviços públicos. No que tange a realidade brasileira, a exclusão social compromete a efetivação do sistema de saúde, causada não só pela negligência governamental, como também pelo comportamento estereotipado das pessoas. Assim, faz-se pertinente debater acerca dos impactos dessa conjuntura para a legitimação do bem-estar social.   Sob esse viés, o preconceito contra minorias étnicas fomenta a exclusão de indivíduos que estão fora do padrão considerado correto, o que implica na incidência de transtornos psicológicos. O fato de o Brasil estar alicerçado em bases racistas, típicas da era colonial, faz com que o negro, ainda hoje, seja tratado como a margem da sociedade. Nesse aspecto, a exclusão, o isolamento e as dificuldades de acesso, comparado aos brancos, seja perante as conquistas sociais, seja nas oportunidades de renda e mercado de trabalho, possibilita o sentimento de impotência e insuficiência, o que pode gerar depressão. Diante disso, a falta de profissionais da área psicológica presente nas unidades de saúde pública dificulta o suporte a tais distúrbios, favorecendo a ocorrência, em casos extremos, do suicídio, que, para o sociólogo Émile Durkheim é consequência de fatores externos ao indivíduo.   Ademais, observa-se que o afastamento das minorias sexuais das unidades básicas é um dos impactos da exclusão. Segundo a Organização Mundial da Saúde, os homossexuais apresentam 20 vezes mais chances de contrair doenças sexualmente transmissíveis, o que evidencia maior necessidade de assistência. Porém, a discriminação da sociedade e, nesse caso, até dos próprios profissionais, evidenciada por meio de condutas inadequadas, constrangimentos, conotações preconceituosas e ofensas verbais, faz com que grupos como gays, travestis e lésbicas se privem de frequentar tais ambientes e evitando ajuda médica. Logo, se nenhuma medida é tomada, percebe-se a intensificação de doenças e a permanência de visão estereotipada dos brasileiros.   De modo exposto, a falta de providências do Estado e o comportamento social permite a precariedade do sistema de saúde para as classes minoritárias. Dessa forma, é necessário que o Ministério da Saúde melhore o atendimento nos hospitais e unidades básicas, mediante o aumento do quantitativo de profissionais e da capacitação social, no intuito de ampliar a abrangência e desconstruir a visão excludente das pessoas. Além disso, é importante que ONGs, com a participação da sociedade, promova o acolhimento de pessoas com distúrbios gerados por tais fatores, por meio de campanhas e encontros coletivos, com o objetivo de diminuir o isolamento de grupos minoritários.