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Enviada em: 03/04/2018

Moedas virtuais: o eterno retorno do mesmo       Na transição da Idade Média para a Idade Moderna, deve-se à padronização de moedas e de medidas para fundamentar uma economia mercantil. Com o transcorrer dos séculos, o dinheiro sempre esteve no cerne das sociedades. Na Conferência de Bretton Woods, em 1944, por exemplo, definiu-se o novo padrão dólar-ouro nas relações comerciais. Quase 500 séculos de diferença entre os dois eventos, mas com o mesmo objetivo fulcral. Na atualidade, surge uma nova proposta de “revolução” nas relações econômicas: as moedas virtuais. Estas, porém, em quase nada rompem com a estrutura capitalista corrente, assim como perpetua as desigualdades clássicas do sistema.       O uso de moedas virtuais demonstra a crise de utopias do mundo contemporâneo. Segundo o sociólogo Zigmunt Baumann, após o fim das utopias socialistas, a sociedade encontra-se em um vazio de ideologias. O Bitcoin, por exemplo, embora preconize uma desestruturação dos sistemas bancários, ignora o fato destes ainda serem responsáveis por empréstimos, seja eles, atualmente, em dinheiro, ou, no futuro, em moedas virtuais. O capitalismo, então, continuar-se-á a ser o modelo econômico vigente. Logo, as novas espécies cibernéticas exaltam uma revolução da economia mundial, mas seria “uma revolução”, do quê?        Os novos mecanismos propostos pelas moedas virtuais nada mais são do que um “eterno retorno do mesmo”. E, novamente, como em todas as fases do capitalismo, os prejudicados serão os mais pobres. As desigualdades sociais, típicas desse sistema econômico, em nada serão alteradas, afinal nenhum elemento estrutural foi realmente rompido. Tais moedas podem até prejudicar as discrepâncias sociais ao reafirmarem mais uma: o acesso à internet ou não.        O mundo contemporâneo, portanto, encontra-se em um período de mudanças. Estas, porém, ignoram as desigualdades sociais e reafirmam os valores do sistema econômico vigente. Com isso, não há de fato uma revolução e sim, uma ratificação do capitalismo, assim como suas consequências. No intuito de solucionar essa problemática, deve haver uma parceria entre o Ministério da Fazenda e o Ministério da Educação. O primeiro será responsável por uma campanha midiática com os prós e os contras da inserção das moedas virtuais na economia brasileira. Já o segundo, seria responsável por propor sarais abertos ao públicos nas escolas do Brasil, onde os alunos apresentariam os conceitos de moedas virtuais e suas consequências.