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Enviada em: 05/06/2018

Segundo Zygmunt Bauman, sociólogo contemporâneo, a modernidade encontra-se em uma fase chamada “interregno”. Esse período é característico da indefinição quanto ao modelo cultural da sociedade estabelecida no século XXI, ou seja, trata-se de um momento no qual estão sendo construídas novas formas de pensamentos e de relações interpessoais. Desse modo, torna-se imprescindível analisar a importância social de adotar-se um comportamento coletivo em detrimento das relações individuais que estão sendo construídas.         Nesse ínterim de construção de uma nova identidade social, destacam-se as relações líquidas, ou seja, relações superficiais. Essas relações estão vinculadas, principalmente, ao mundo globalizado, digital e tecnológico, o qual, por um lado, facilita as interações sociais, contudo, por outro, torna-as volúveis, efêmeras e individuais. Como ápice das relações líquidas, nas redes sociais contatos virtuais são construídos constantemente, todavia, não são criados vínculos de afeto ou coletividade, logo, a individualidade é inevitável, bem como seus efeitos negativos. No Brasil, uma das consequências dessas relações individuais é o transtorno de ansiedade, que atinge 9,3% da população, sendo o país com mais casos de ansiedade no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).     Ademais, outro fator decorrente do individualismo crescente na modernidade líquida é o consumismo excessivo – uma das causas da depressão e ansiedade, conforme pesquisa publicada pela Northwestern University, como forma de preencher lacunas das relações superficiais. Isto é, as habilidades de o ser humano lidar com suas dificuldades têm sido substituídas pela compra de bens materiais, já que somado ao fator psicopatológico, há o sistema capitalista, o qual oferece os subsídios necessários, como crédito financeiro e marketing, para que a população compre mais e satisfaça-se menos.      Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. Sendo assim, cabe ao Ministério da Educação, em consonância ao Governo Estadual incrementar, na grade curricular do ensino médio, aulas semanais com psicólogos sobre interações sociais dentro e fora das redes virtuais, de forma que o estudante, desde sua infância seja capaz de estabelecer vínculos emocionais, duradouros e afetivos que supram a necessidade do ser humano como ser social. Ao Ministério da Saúde, associado às secretarias de saúde municipais, por meio de bancos de dados sobre frequência de depressão nos municípios, realizar acompanhamentos psicológicos e consultas mensalmente, nas residências, de forma a assegurar a saúde mental da população com a redução dos casos de transtornos de ansiedade, bem como garantir o controle de uma de suas causas, o consumismo excessivo.