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Enviada em: 15/11/2018

Nunca a ideia de modernidade líquida" foi tão real. Este conceito foi concebido pelo filósofo Zygmunt Bauman, ela basicamente prega pela instabilidade e ela volatilidade das ideias, valores e instituições. Em um mundo dominado pelo capitalismo que conduz à rentabilização do tempo e dos relacionamentos, as doenças emocionais corrompem a integridade do ser humano. Em nenhum momento houve tanta depressão e ansiedade.       Tudo isso pode parecer muito abstrato. Portanto, um bom exemplo de como ocorre essa volatilidade é na forma como os relacionamentos amorosos têm sido construídos e destruídos a cada dia. No então mundo sólido, não havia muito espaço para o amor real: as pessoas tinham critérios objetivos para a determinação de um parceiro de acordo com seu meio social, havia prazo para o casamento e expectativas de filhos e netos. À medida que essa solidez cedeu em favor das liberdades individuais, sobretudo em relação à autodeterminação mulher, a ideia de amor passou a fazer mais sentido e a possibilidade de escolha um fato.       Nesse contexto, a dita liberdade na transição do mundo sólido para a modernidade líquida abriu precedentes para a crítica de como a humanidade percebe suas ações e suas estruturas sociais, principalmente as mais arraigadas culturalmente. Infelizmente esse processo evolui de uma forma a desconectar as pessoas umas das outras, rompendo com o elo de pertencimento que é intrínseco à natureza do ser humano. Só no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, o número de suicídios aumentou 73% entre 2000 e 2016, principalmente entre jovens. Isso pode ser explicado pela falta de propósito em que muitos têm em suas vidas.       Portanto, a única solução é resgatar a empatia entre as pessoas. As liberdades são um ativo a ser preservado e as pessoas devem percebê-las como um caminho para a felicidade. Para tal, instituições como escolas e asilos devem contar com psicólogos que, por meio do acolhimento e diálogo, contribuam com a construção do autoconhecimento. Assim, com empatia e valorização do humano, a modernidade líquida será vencida.