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Enviada em: 20/08/2018

Ao relacionar os estados da matéria com as vivências da sociedade em diferentes épocas, Bauman traz à tona um dos problemas sociológicos vivenciado no século XX. A chamada "modernidade líquida" remete ao quão incertas e volúveis são as relações sociais, econômicas e pessoais.    A ideia de associar a situação atual com o líquido é brilhante: os indivíduos cada vez mais tratam as situações da vida sem o controle que antes tinha. É extremamente complicado fazer planos se o futuro é cada vez mais imprevisível. As coisas mudam de forma rápida, e com isso temos que mudar também.    Considerando este fato, não poderíamos deixar o âmbito econômico de fora da pauta. Todos os dias o câmbio, a inflação, a meta fiscal mudam. E em uma sociedade cada vez mais consumista, não pode-se deixar de considerar o quanto esses elementos interferem diretamente na volitividade na vida e nas interações sociais. Não somos apenas pessoas, somos também consumidores e construtores de uma ordem econômica.    A vida afetiva também é diretamente afetada por essas condições. É cada vez mais difícil encontrarmos relações amorosas duradouras. Isso pode ser atribuído ao fator de que, em tempos modernos, cada indivíduo tem mais tarefas para executar, menos tempo para se dedicar ao relacionamento: claramente uma patologia da modernidade líquida que Bauman menciona. A vida pessoal também apresenta traços dessa mesma complicação. Temos cada vez menos tempo para cuidar de nós, de nossa saúde, dos nossos afazeres, que perdemos muito em qualidade de vida.    O sociólogo aborda um problema da sociedade moderna de forma bastante dinâmica. É possível fugir dessa realidade? Valorizar o tempo e aproveita-lo da maneira mais rica possível. Deixar um pouco o trabalho e as atividades econômicas de lado e não se esquecer do que realmente importa na vida, mesmo estando tudo tão imprevisível. Valorizar as relações interpessoais acima de tudo e não cair nesse paradigma da modernidade.