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Enviada em: 12/06/2017

Ao estudarmos a história dos homens, vemos que nos momentos de menor detenção de recursos, mais solidariedade existia, por exemplo no processo de sedentarização na pré-história, porém, assim que as tribos iam se firmando em relação a produção de alimentos, surgia um sentimento de estratificar a sociedade. A globalização nos trouxe excesso de recursos e uma preocupação exacerbada com o 'eu' e principalmente, com a ascensão individual. Assim, as relações pessoais em um tempo de mudanças constantes, devem sempre se adaptar ao que o indivíduo acha que combina melhor com a sua situação no presente momento que, assim como tudo ao seu redor, muda diariamente.       Na língua dos Bantus, existe a expressão "ubuntu" que significa que uma pessoa só cresce se todas o fizerem juntas, ou seja, uma cultura tão discriminada pelos brancos, tem como pilar valorizar o grupo, o coletivismo e as relações de afeto. Enquanto isso, seguimos a linha contrária, típica do capitalismo, interessada em lucrar a qualquer custo, mesmo que nos custe nossa família, amigos e até, nós mesmos. Além disso, esse sistema nos obriga a produzir cada vez mais, o mais rápido possível para obter mais lucro e assim, viramos zumbis que só trabalham, pensando em trabalhar para ganhar mais e, no fim das contas, não aproveitar nada disso, pois não tem tempo.        Consequentemente, temos uma sociedade a beira de um colapso, o qual já vemos os sintomas: depressão, solidão, além da falta de atenção dos pais com seus filhos, causando-lhes mais uma infinidade de males. Isso porque tudo se faz com tamanha agilidade hoje que não medimos as consequências para o futuro, seja na vida pessoal ou coletiva, o pensamento segue o mesmo, tudo pode ser substituído caso estrague. E como relaciona o autor Alan Weisman em seu livro "World Without Us" (O Mundo Sem Nós), em cerca de 1000 anos, não haveriam mais vestígios das construções gigantescas dos seres humanos, ou seja, rapidamente nós mesmos podemos ser substituídos. Enquanto somos privilegiados de, por um tempo finito, termos o prazer de viver em um mundo tão forte e belo, nem ao menos reparamos nisso todos os dias, ao contrário, pensamos apenas em maneiras de enriquecer mais, mesmo que para isso destruamos nossa própria casa.       Em síntese, é impressindível buscar o êxito na vida profissional, porém é importante salientar que, do ponto de vista emocional, precisamos de atenção, pois somos seres sociáveis. Portanto, cabe aos pais despenderem mais tempo aos filhos, ensinando-os o valor do trabalho, mas também o do afeto, fator essencial no desenvolvimento infantil. Além disso, o Governo deve proteger leis trabalhistas que tragam estabilidade para os trabalhadores para que confiem no sistema que estão inseridos, reduzindo os problemas de saúde como ansiedade e depressão, gerados por insegurança.