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Enviada em: 18/06/2017

Como Nossos Pais?        A cada minuto, a célebre música de Elis Regina torna-se mais obsoleta. Após a Guerra Fria, a humanidade sofreu uma quebra de paradigmas e, assim como previa o sistema Niilista, ocorreu uma inversão de valores apoiados no conceito de libertinagem, o que significa que não só deixamos de viver como nossos pais, mas criamos uma filosofia de vida completamente nova, conceituada por Zygmunt Bauman como Modernidade Líquida. Nessa perspectiva, é possível observar a volatilidade das relações pessoais na contemporaneidade, que é explicada pelas ideias de Sigmund Freud e por pesquisas e estudos que abordam o tema.        Ao analisar-se a obra O Mau Estar da Civilização, de Sigmund Freud, constata-se que, em uma sociedade, deve haver igualdade entre segurança e liberdade para que esta possa viver em harmonia. Analogamente, percebe-se que esse desequilíbrio, condenado pelo psicanalista, acontece atualmente, pois, devido ao avanço da tecnologia sobre a vida privada, a população antepõe a segurança à liberdade. Logo, as relações íntimas, tais como o amor e a amizade, são constantemente impactadas pela fluidez do comportamento humano no século XXI, o que, assim como conjecturado por Bauman, direciona a humanidade para o caos absoluto.        Em decorrência disso, muitos valores, que tradicionalmente eram sólidos, já sucumbiram à essa nova conduta social. O Facebook, rede que redefiniu o conceito de amizade, por exemplo, alcançou em 2016 a marca de 1,7 bilhão de usuários, dado que representa mais de 50% da população com acesso à internet em todo o mundo. Outrossim, também é importante salientar que o número de divórcios matrimoniais cresceu mais de 160% nos últimos dez anos, mostrando, portanto, a fragilidade dessas relações e a forma virtual que elas assumem na contemporaneidade.        Diante dessa conjuntura, verifica-se que a modernidade líquida afeta negativamente as relações pessoais. Destarte, medidas devem ser tomadas para que essa situação seja evitada. Dessa forma, a mídia deve criar propagandas que instruam a população a usar conscientemente as redes sociais, para que o equilíbrio aparentemente utópico entre liberdade e segurança seja alcançado e, assim, os indivíduos se relacionem em harmonia. Ademais, cabe às escolas agirem, por meio de projetos e campanhas de ativismo social, na valorização do coletivismo, de modo que a falta de confiança ocasionada pela insegurança do mundo virtual seja erradicada e todos os cidadãos possam usufruir livremente da tecnologia.