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Enviada em: 14/07/2017

A modernidade, marcada por sua fluidez e volatilidade, transformou, profundamente, a paisagem social. Nesse sentido, o encurtamento das distâncias, ou sua aproximação, afetou as relações pessoais, ocasionando problemas referentes, principalmente, à identidade individual. Dessa forma, essa questão revela um cenário desafiador, já que o indivíduo passou a ser visto apenas como um objeto responsável por alimentar uma economia ancorada no consumismo.     De acordo com Aristóteles, filosofo da Antiguidade, o homem só atinge a felicidade desenvolvendo as suas capacidades no interior do convívio social. Assim, a principal função do ser humano é relacionar-se com outros, pois se trata de um ser social. Contudo, a globalização, que resultou no surgimento da sociedade tecnológica, atingiu essa função do ser humano, ocasionando problemas no seu equilíbrio na sociedade. Por exemplo, o encurtamento das distâncias possibilitou os relacionamentos via rede social e o acirramento das disputas no mercado de trabalho, gerando um clima de medo na população; medo do desemprego, de relacionamentos instáveis, entre outros. Por esse ângulo, nota-se que o ser humano vem abandonando a ideia da coletividade e vem tornando-se cada vez mais individual.     Para Émile Durkheim, Pai da Sociologia, o fato social, que obriga os indivíduos a se adaptar às regras da sociedade, é um agente real ou um conjunto de medidas que determinam no indivíduo a maneira de agir, pensar e sentir. Partindo desse pressuposto, observa-se que o ser humano, inserido cada vez mais em uma economia capitalista flexibilizada, vem se transformando em objeto de consumo, uma vez que a utilização de propagandas e o desenvolvimento de novos produtos mostram que a interação social está ligada à obtenção destes e, por isso, ao consumismo. Assim sendo, percebe-se que tal questão se trata de uma dialética entre o estado e o indivíduo, pois como dizia Friedrich Hegel:” se o estado é o objetivo do espírito, então só como membro o indivíduo possui moralidade”.     Destarte, infere-se que o indivíduo passou a ser um mero espectador da sua vida baseado em uma doutrina de consumo. Para resolver esse problema, inicialmente, ONGs e secretarias de educação devem criar cartazes e campanhas, que serão apresentados em escolas, conscientizando a população da necessidade de evitar o consumismo e promover ações voltadas para fortalecer o espírito coletivo da população, melhorando, dessa maneira, as relações pessoais. Além disso, é essencial que o poder público e a iniciativa privada desenvolvam projetos, visando, também, mostrar à população a importância de evitar o consumo exagerado e de optar a não só viver uma vida tecnológica. Só assim, mudar-se-á essa triste realidade e criar-se-ão laços mais duradores para uma sociedade líquida.