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Enviada em: 15/08/2017

Émile Durkheim, em sua teoria do "organismo vivo", afirmou que a sociedade é como um corpo, composto por diferentes partes, com funções específicas, mas dependentes uma das outras; contudo, as relações pessoais cada vez menos profundas agem como um tumor nesse corpo social, não realizando assim a integração entre os segmentos desse "organismo biológico".       "Tudo é temporário, a modernidade (…) – tal como os líquidos – caracteriza-se pela incapacidade de manter a forma", afirmou Zygmunt Bauman. O mesmo acredita que as relações interpessoais têm se tornado gradativamente mais líquidas e menos sólidas. Com o advento da internet, a teoria do sociólogo tem se confirmado, mostrando um mundo no qual as relações são cada vez mais fúteis e supérfluas, cujo medidor de felicidade se encontra na quantidade de amigos que alguém possui em uma rede social - que em alguns casos não possuem vínculos afetivos - e também na quantidade de "likes" nas publicações.       Ademais, esse individualismo criado pelas relações superficiais tem gerado muitas consequências; entre elas estão o transtorno de ansiedade e consumismo excessivo. A ansiedade tem sido caracterizada como mal do século - e é causada inclusivamente por privações sociais constantes somadas ao estresse. Para lidar com as dificuldades estabelecidas pelas doenças psicopatológicas, o homem tem deixado a ajuda profissional e buscado preencher as lacunas das relações líquidas com compras de bens materiais; graças ao sistema capitalista, que possui uma ótima estratégia de marketing e vários mecanismos influenciadores, as pessoas têm acreditado cada vez mais que comprar mais significa satisfazer-se mais.       Sendo assim, cabe ao Ministério da Saúde, junto com as secretarias de saúde municipais, oferecer consultas e acompanhamentos psicológicos mensais, nas residências dos cidadãos, buscando assim uma diminuição dos casos de transtorno de ansiedade e assegurando a saúde mental das pessoas; como conseguinte, tem-se a garantia de um controle do consumo excessivo. As escolas também possuem um papel importante nessa questão; elas, associadas ao Ministério da Educação, devem inserir em suas grades aulas e palestras sobre interações sociais dentro e fora das redes virtuais, visando uma política de vínculos emocionais, duradouros e afetivos, desde a infância até a vida adulta, com o intuito de formar uma sociedade melhor - mais coletivista, possuidora de empatia e menos individualista.