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Enviada em: 10/10/2017

A primeira Revolução Industrial ocorrida em 1750, na Inglaterra, lançou as bases para o desenvolvimento e consolidação do sistema capitalista. Como consequência disso, a sociedade tornou-se dinâmica, marcada pelo consumismo e individualidade entre os indivíduos. A partir dessas características, o sociólogo polonês, Zygmunt Bauman, criou o termo "Modernidade líquida" para definir as relações existentes entre o indivíduo e o meio ao qual está inserido.       Bauman define a modernidade líquida como a fluidez das relações estabelecidas no mundo contemporâneo. A principal característica dessa modernidade é o individualismo devido à substituição da consciência coletiva. Além disso, o consumismo é outro fator presente nessa sociedade, impulsionado principalmente pelo modelo capitalista que busca influenciar as pessoas a consumirem desenfreadamente e sem necessidade. E, ainda, vale ressaltar o termo "flexibilidade", que se faz presentes tanto nas relações afetivas quanto trabalhistas do indivíduo.        Em decorrência disso, a modernidade líquida, além de englobar a maneira como o indivíduo se molda à mudanças ocorridas no meio, também perpassa para o âmbito relações que este mantém. Diante disso, as relações afetivas tornaram-se mais flexíveis, em que o indivíduo pode cessar conexões antes mesmo de estabelecê-las; um bom exemplo disso é o verbo "ficar", em que o individuo não precisa estabelecer nenhum  vínculo naquela relação e pode cessá-la a qualquer momento, ou seja, não é algo fixo. E, por fim, vale destacar as relações trabalhistas nas quais os indivíduos são submetidos a tarefas laborais mais complexas e individualizadas, caracterizando assim, o que Émile Durkheim define como solidariedade orgânica.       Em suma, a modernidade líquida caracteriza a sociedade contemporânea em que se está inserido, marcada pelo dinamismo das relações. A fluidez com que essas mudanças ocorrem podem representar um risco ao sentimento de coletividade e solidariedade entre os indivíduos.