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Enviada em: 13/08/2017

Geração gelo derretido     ''Vivemos tempos líquidos, nada é para durar''. A máxima do filósofo Zygmunt Bauman, ratifica o quadro vivido no ambiente social atual: as pessoas dispõe de menos tempo e criam cada vez mais vínculos com seus aparelhos tecnológicos, em detrimento das relações pioneiras consolidadas como sólidas. Porém, é válido perceber que a relação estabelecida por tal vinculo não é estável, nem suficiente e pode gerar consequências.        Em primeiro lugar, é importante destacar a extrema dependência tecnológica e o imediatismo vividos pela sociedade atual. Ao comparar o mundo conectado fluído com o pré-revolução industrial sólido, é evidente uma discrepância excessiva, resultante de vários anos de evolucionismo logístico. Com a internet, as pessoas começaram a se comunicar e se informar com uma maior rapidez e superaram antigos obstáculos, como a distância. Contudo, tal imediatismo levou os indivíduos a ignorarem o mundo não artificial, se isolando até mesmo nas ruas, onde andam acompanhados por seus bens tecnológicos e não prestam atenção nas ‘’banalidades’’ do mundo real.       Em segundo lugar, é necessário abordar a sociedade de massa existente no atual período. A tendência a ser igual, se apresenta com mais força na era conectada, o que pode causar grandes prejuízos sociais, como a marginalização e exclusão social daqueles que não conseguem aderir ao processo de padronização. Tal processo, sustentado por um ciclo vicioso do consumo, leva pessoas a desenvolverem doenças e transtornos, como a depressão, bulimia e, em piores casos, a morte. A adolescente Bruna Borges de 19 anos, transmitiu o seu suicídio em uma rede social, citando os padrões como a principal causa. O suicídio da jovem, mostra como a solidão pode aparecer de várias formas, seja pela falta de apoio social ou a isolação causada pelos padrões consumistas divulgados no mundo conectado.      Portanto, fica claro que as relações sólidas e estáveis foram substituídas por relações fluídas e instáveis, intensificadas com a massificação e o ciclo do consumo. Para resolver a problemática, é necessário que o Estado atue através da construção de lugares que valorizem a vida no mundo não artificial, como zoológicos regulamentados sem prejuízo ao animal e feiras culturais ao ar livre. A escola, através de debates e projetos socioculturais, deve incentivar os alunos a manterem um controle a respeito o tempo dedicado à internet e sobre os riscos que ela pode gerar quando mal utilizadas. Tais medidas devem ser tomadas, a fim de estimular o apego ao mundo não artificial e gerar um novo congelamento do gelo derretido.