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Enviada em: 19/09/2017

O escritor irlandês Bernard Shaw ponderava ser a vida muito curta para refletirmos a respeito de fatos os quais não fossem realmente significativos, e poucos assuntos são mais relevantes do que a discussão sobre a modernidade líquida. Isso faz fomentar um debate contínuo na sociedade. Acreditar, pois, que essas relações pessoais atuais não trará agudas consequências ao meio social é pensar leviana e negligentemente.       A filosofia positivista, proposta por Auguste Comte, entende que os fenômenos naturais e sociais podem ser explicados e organizados pela observação científica e, preferencialmente, aplicados em benefício humano. Porém, ao passo que a ciência e a tecnologia, alardeadas pelo filósofo, proporcionaram a criação dos telefones celulares, o homem, ao promover o uso indiscriminado desses aparelhos, potencializou a dependência em relação a esses objetos. Hoje a vida de muitos gira em torno dos telefones móveis e dos aplicativos que eles dispõem para realizar várias tarefas cotidianas, tornando, assim, as relações pessoais cada vez menos sólidas.             Para  o sociólogo russo P. Sorokin, algumas sociedades possuem sistemas de valores baseadas em uma visão empírica, a qual põe o indivíduo e seus desejos egocêntricos à frente dos valores coletivos. Nesse viés, observa-se que a atual sociedade está sendo regida cada vez mais pelos valores e regras do mercado, cujas concepções introjetam no indivíduo as ideias de concorrência, de felicidade no consumo e que o indivíduo basta em si mesmo.       Segundo René Descartes, não existem métodos fáceis para solucionar problemas difíceis. Portanto, para se resolver a questão das relações pessoais na modernidade líquida, deve haver projetos de extensão universitária, promovido pelo Ministério da Educação, das faculdades de Ciências Sociais e Psicologia com ciclos de palestras abertas à população sobre a importância dos relacionamentos sólidos; devem, ainda, existir campanhas midiáticas, promovida pelo Ministério das Comunicações com apoio do governo e de ONGs, sobre as consequências da modernidade líquida; além disso, devem ser desenvolvidos projetos escolares abertos à comunidade sobre ética e socialização.