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Enviada em: 01/10/2017

Cem anos de liquidez    Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, ao analisar a sociedade contemporânea e suas características concluiu que o que reina nas relações dessa época é o interregno, não ser nem uma coisa nem outra, em consequência disso ele deu a atual sociedade o nome de modernidade líquida. É graças a essa liquidez moderna que fenômenos sociais com o consumismo e o individualismo têm se acentuado, sendo estes responsáveis por transfigurar as relações sociais.       Mormente, é necessário entender que com o advento do capitalismo e da propriedade privada a concepção do que era indivíduo se desenvolveu, fazendo com que o sujeito começasse a pensar em si como um organismo relativamente separado e independente da sociedade. É devido a isso, que o homem começa a se libertar das tradições e descobrir um mundo subjetivo e individualista, tendo o último por consequência a efemeridade e a fragilidade das relações pessoais.       Concomitantemente, a permanência e a não permanência das coisas, características da modernidade líquida, causam no indivíduo contemporâneo a incerteza, a ansiedade e a necessidade de ser ou parecer ser algo concreto. O que por conseguinte, faz com que eles recorram ao consumismo e o uso de redes sociais, sendo estes instrumentos de autoafirmação e da disseminação de propagandas individuais. No entanto, aqueles que são impossibilitados, por não dispor de poder aquisitivo, de usufruírem  dessas ferramentas de consolidação, acabam se tornando indivíduos frustrados que podem recorrer a delinquência para sanar seus desejos de consumo.       Destarte, faz se imprescindível a mitigação das consequências da modernidade líquida, combatendo o consumismo e estimulando a integração interpessoal.