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Enviada em: 12/10/2017

Materialização dos indivíduos      Em tempos de globalização, o constante avanço do meio técnico científico informacional promove revoluções tecnológicas em todas as áreas do conhecimento. Entretanto, o encurtamento das distâncias físicas, promovido pelo desenvolvimento dos meios de comunicação e transporte, não representa a intensificação das interações sociais. Com isso, aspectos ligados a o individualismo e a baixa durabilidade relacionamentos afetivos construídos , problematizam as relações interpessoais no mundo hodierno.       É indubitável que a fragilidade da identidade pessoal esteja entre as causas do problema. Segundo o pensador Zygmunt Bauman, o mundo experimenta a modernidade liquida, que tal como o estado físico da matéria, é volátil. De maneira análoga pode-se remeter aos comportamentos adotados no mundo de trabalho, uma vez que, estimulados pelo medo do desemprego e a necessidade de se sobressaírem perante aos outros, os indivíduos tendem a adotar atitudes individualistas para garantirem o progresso individual. Desse modo, a criação de laços baseados na solidariedade e confiabilidade se torna escassa e admite o aumento das doenças psicológicas ligadas a solidão, como a depressão.             Ademais, a efemeridade das relações afetivas está relacionada aos padrões materialistas da sociedade capitalista. O amor líquido é pautado no modelo de bens de consumo, haja vista que, a qualidade é substituída pela quantidade e as pessoas substituem os laços antes estabelecidos por outros que as prometem ainda mais satisfação, como se o indivíduo se tornasse para outro, algo obsoleto. Dessa maneira, relacionamentos duradouros e fortalecidos pela confiança e pela convivência, se tornam cada vez mais escassas, aumentando exponencialmente o número de casos de divórcios no país.     Torna-se evidente, portanto, que a modernidade líquida de Bauman se caracteriza pela fragilidade e mutabilidade das manifestações interpessoais. Cabe as instituições acadêmicas, aliadas às empresas que contratam estudantes para estagiarem, a promoção de aumentos e reconhecimento àqueles que trabalharem melhor em equipe, a fim de valorizar o saber coletivo. Já à mídia compete, por meio de ficção engajada, a denúncia da materialização dos indivíduos, a fim de criticar as relações modernas e conscientizar a população acerca da perda de humanização nas relações. Tais medidas exequíveis garantirão a homeostase social.