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Enviada em: 18/10/2017

As interações sem forma     Os valores éticos e morais de cada cidadão são essenciais para a construção de um relacionamento. No entanto, a atual sociedade é conhecida como a "geração da rapidinha" e baseia-se, especialmente, em conexões superficiais e distantes, proposto pelo filósofo Zygmunt Bauman como a modernidade líquida. Esse problema deve-se, sobretudo, ao avanço dos meios virtuais e às mudanças no comportamento da sociedade contemporânea. Nesse sentido, deve-se atentar para essa modificação na conduta dos indivíduos nas relações interpessoais e para a influência da tecnologia.       A maneira como as pessoas interagem entre si, indubitavelmente, sofreu alterações. Até meados do século XX, como consequência da sociedade patriarcal, as mulheres eram destinadas a possuir apenas um parceiro, guardarem-se e ser fiel a ele, enquanto os homens não respeitavam essa regra. Com o processo de empoderamento feminino, esses paradigmas foram revolucionados. As mulheres passaram a pensar e agir de forma semelhante aos homens, exercendo papeis equivalentes nas interações pessoais. Esse fato propiciou o surgimento de competições e contribui, desse modo, para a efemeridade e superficialidade dessas ligações.       Outro importante fator a ser destacado é a atuação do advento tecnológico nas relações entre os indivíduos. A rapidez de informações geradas e compartilhadas, através desse meio, tornaram esses vínculos, cada vez mais, rasos e virtuais. Aplicativos e sites de encontro são utilizados como artifícios para conhecer novas pessoas e iniciar relações afetivas ou, até mesmo, fraternais. Além disso, a tecnologia facilitou o contato e a globalização entre as diversas sociedades. Esse fato agravou muitos problemas comuns nas comunidades, entre eles o ciúme. Dessa forma, assim como retratado por Bauman, apesar de os relacionamentos terem perdido sua essência de conexões consistentes, questões atemporais permaneceram presentes ao longo da história da humanidade.       A momentaneidade e efemeridade dos relacionamentos, portanto, são responsáveis por expor variados temas sociais contemporâneos. Sendo assim, é encargo da escola, como instituição auxiliadora na formação do indivíduo, mostrar a importância da formação de relações concretas, por meio de debates filosóficos com os educandos, a fim de incentivá-los a refletir sobre a atualidade e desenvolverem seu senso crítico para o atual paradigma social de relacionamento. Somado a isso, a família deve revelar aos jovens a influência dos meios tecnológico nas interações pessoais, por meio da conversa, com o intuito de orientá-los a cerca dos prejuízos que podem ser desencadeados com o uso ilimitado de eletrônicos na construção dessas conexões. Assim, esse problema pode ser revertido.