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Enviada em: 12/10/2017

"Vivemos tempos líquidos. Nada é para durar”. Essa famosa frase pertencente à obra Amor Líquido, escrita pelo sociólogo Zygmunt Bauman, resume com precisão a fragilidade dos laços, fator que se instaurou com o advento das redes sociais. Apesar de possuir milhares de pontos positivos, o mundo virtual tornou-se uma problemática contemporânea. Isso, uma vez que, o "ser líquido" tornou-se característica presente nas relações humana dificultando os vínculos não virtuais, além de gerar, diferente da antiguidade, a priorização do status. Á vista disso, cria-se a necessidade de debates acerca destas questões.       Primeiramente, é preciso entender que houve uma modificação no significado de amizade. Para os gregos da antiguidade esta era considerada de extrema importância, visto que, seria impossível viver sem ela. Segundo Epícuro, dentre todos os bens que a sabedoria é capaz de proporcionar para produzir felicidade por toda a vida, o maior, sem comparação, é a conquista da amizade. Infelizmente, essa afirmação não é mais um dogma. Os laços atuais se tornaram supérfluos a partir do momento em que a quantidade de amigos nas redes sociais é mais importante do que um vínculo real. Em entrevista realizada pelo G1, Eliane, que tem cinco mil amigos no Facebook, confirmou que não conhece pessoalmente nem a metade deles, no entanto, isso não é privilégio dela, já que a maioria da sociedade atual encontra-se nesta mesma situação. Nesse sentido, fica claro que é preciso modificar os padrões atuais.       Como já supracitado, o mundo contemporâneo sofre com vínculos rasos já que os contatos online possuem vantagem sobre os offline por serem mais fáceis e menos arriscados uma vez que, “desconectar-se” pode ser feito com apenas um click. No entanto, essa fuga da realidade pode causar diversos problemas como perda de habilidades necessárias para estabelecer relações de confiança, desvio de atenção do mundo real e sono inconstante. Logo, fica explicita a indispensabilidade da conscientização dos problemas que as “conexões” podem gerar no comportamento do indivíduo.       Pode-se dizer, portanto, que as relações contemporâneas precisam se solidificar. Assim sendo, a escola, como instituição social reguladora, deve ministrar em parceria com psicólogos, não apenas palestras que explicitem a importância dos laços sociais, mas também, mostrem que uma vida atrás das redes pode causar muitos problemas a saúde e a convivência. Isso pode ser realizado com ajuda do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) que arrecadará fundos e aprimorará o projeto. Desta forma, a criança de hoje será o adulto de amanhã capaz de priorizar as relações offline.