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Enviada em: 03/05/2018

" A cultura é o melhor conforto para a velhice". A sábia citação do filósofo Aristóteles pode ser usada, por analogia, para uma análise crítica do atual cenário brasileiro: o aumento da longevidade e a qualidade de vida dos idosos. Sob esse viés, faz-se necessário uma revisão acerca dessa transição demográfica para eliminar os problemas elencados e permitir que essa parcela da população usufrua de seus direitos constitucionais.      É notório que o Brasil vive hoje um processo de envelhecimento populacional, passando a apresentar uma expectativa de vida de aproximadamente 76 anos, 30 anos a mais que em 1940. Vale ressaltar ainda que os avanços na medicina, a inserção de políticas públicas de saúde, as campanhas de vacinação em massa, o acesso ao pré-natal e à educação foram fatores indispensáveis para o crescimento dessa longevidade. Todavia, observa-se a falta de estrutura e preparo por parte do Governo em assistir essa parcela da população, que necessita de cuidados direcionados e uma qualidade de vida digna. Com efeito, pode-se citar o descaso com a saúde pública oferecida a toda a população, fato que se agrava em relação aos idosos que não dispendem, geralmente, de boas condições físicas para enfrentar filas e falta de atendimentos.          Outrossim, cabe citar a diminuição da população economicamente ativa como outra consequência relevante do processo de envelhecimento da sociedade. A atual crise econômica em que se encontra o país acarretou milhões de desempregos, sendo o maior índice da história brasileira, agravando o déficit de trabalhadores ativos no Brasil hodiernamente. Consequentemente, tal fato corrobora para a crise no sistema previdenciário, haja vista que, o país produz menos por ter menos pessoas trabalhando e o Governo precisa arcar com o crescimento da demanda de aposentadorias, resultando em aumento de impostos para o restante da população, exacerbando a crise econômica nacional.           Destarte, é de suma importância que mudanças sejam feitas para se alcançar o conforto para a velhice, citado por Aristóteles. Desse modo, é necessário que o Governo, em parceria com entes públicos municipais, invista maciçamente em saúde através da implantação de políticas públicas voltadas à terceira idade, através de atendimentos multiprofissionais direcionados para essa faixa etária, além da presença de um geriatra constante nessas unidades. Além disso, faz-se necessário a parceria do Governo com empresas privadas, com o fito de oferecer cursos de profissionalizantes gratuitos para o rápido ingresso de indivíduos no mercado de trabalho. Dessa forma, pode-se dar início a uma reestruturação da cultura brasileira em que, a população jovem precisa cuidar da parcela idosa, equilibrando assim, o eixo social e econômico.