Materiais:
Enviada em: 01/11/2018

Apartheid Etário  Durante a Alemanha nazista, sob o comando de Adolf Hitler, os idosos eram enviados para os campos de concentração, onde eram executados, pois eram considerados “sem utilidade” para o meio social. Analogamente a isso, observa-se na sociedade brasileira do século XXI, um verdadeiro “apartheid” etário, visto que a terceira idade é vista como ineficiente para atender os anseios de um mundo capitalista e, por conseguinte, é marginalizada. Essa realidade é resultado da inobservância estatal aliado ao isolamento social, criando assim, um paradoxo com a igualdade de direitos de uma nação democrática.  Deve-se pontuar, de início, a negligência do Estado ao deixar de cumprir, integralmente, seu papel regimental. Segundo a Constituição Federal de 1988, é dever da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação de seus direitos, como o direito à vida e à proteção. Contudo, na prática, o que se observa é um processo segregacionista similar ao episódio nazista, pois as instituições básicas não cumprem seu papel normativo, o que corrobora para um cenário alarmante. Dessa forma, cria-se um abismo social entre os idosos e seus direitos, o que contraria o ideário constitucional.  Somado a isso, tem-se o retraimento social, o que gera no público idoso, consequências preocupantes. Exemplo dessa realidade, está no fato de muitas famílias não darem atenção aos seus idosos, pois estão imersos em um contexto capitalista, sintético e acelerado, o que acarreta nesses indivíduos, doenças como a depressão e o mal de Alzheimer. Ademais, a violência é um dos fatores que intensifica essa problemática. Prova disso, estão nos dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os quais apontam que um em cada seis idosos no Brasil sofrem algum tipo de violência, seja ela física, psicológica ou até mesmo sexual. Nesse contexto, medidas são necessárias para que prevaleça o Estado democrático de direito em terras tupiniquins.  Fica claro, portanto, que a negligência das instituições básicas e o isolamento social são fatores que contribuem para um cenário de omissão de direitos. Nesse sentido, o Governo Federal em parceria às ONGs deve criar programas de integração social, os quais envolvam indivíduos de diferentes faixas etárias, em especial o público idoso, por meio de feiras e palestras de trocas de conhecimentos, a fim de obter-se a igualdade e, por conseguinte, evitar doenças e estereótipos. Ademais, é dever do Estado implementar projetos de proteção ao idoso e combate à violência em todo o país. Só assim, o termo “apartheid” ficará restrito aos livros de história e longe da realidade.