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Enviada em: 07/05/2018

Desde 1950 até os dias atuais, a expectativa de vida do brasileiro quase dobrou. Este significativo aumento deve ser comemorado como um sinal de desenvolvimento do país e como uma conquista da população. Entretanto, é necessário adequar políticas públicas no que diz respeito à saúde e lazer, assim como à previdência, a esta nova realidade. Pensar em qualidade de vida para a terceira idade é um dos principais desafios dessa mudança. Oferecer serviços de saúde adequados, mas também opções de lazer e inserção social, são pontos essenciais ao bem estar dessa parcela da população. Isso pode ser comprovado pela pesquisa desenvolvida por um grupo de Universidades brasileiras, como Unicamp e USP, que demonstrou que o significativo aumento da depressão entre idosos, atingindo cerca de 10% deles, é motivado principalmente pela sensação de solidão e descaso social.  Outro importante ponto levantado pela alta da expectativa de vida no país é a questão previdenciária, que deve ser mantida em saldo positivo sem, contudo, sobrecarregar ainda mais o trabalhador. Uma reportagem da Revista Exame que comparava aposentadorias ao redor do mundo mostrou que, mesmo países com a pirâmide etária ainda mais invertida que o Brasil podem oferecer um sistema de previdência adequado à sua população. É preciso, portanto, adaptações nas políticas públicas para atender esta nova realidade. As administrações municipais devem promover a criação de espaços de convivência gratuitos ou de baixo custo para os idosos, com atividades culturais, práticas esportivas e interação comunitária, promovendo a qualidade de vida e a inserção social desse grupo. Na questão previdenciária, o INSS pode se inspirar no modelo dinamarquês de pilares múltiplos: contribuição pública obrigatória combinada com planos empresariais de previdência complementar. Dessa forma, desonera-se a previdência pública sem prejudicar o benefício do trabalhador e sem sobrecarregar as novas gerações.