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Enviada em: 13/06/2018

A obra intitulada "A Morte de Ivan Ilitch", de Liev Tolstói, discorre a respeito de como todos tratam a morte do protagonista, com individualismo e falta do senso de coletividade. Apesar de toda a subjetividade, a trama serve como um gancho para abordar a respeito da expectativa de vida no Brasil a partir do momento em que é corroborada a dicotomia existente entre desenvolvimento e igualdade. Dessa forma, discorrer sobre a temática e seus impactos no âmbito social e político: eis um desafio à contemporaneidade.    É necessário analisar, antes de tudo, os efeitos encontrados na terceira idade. Segundo o Ministério Público, a partir da década de 2030 o país terá mais velhos do que jovens. Entretanto, no que diz respeito ao bem estar, o país não está acompanhando o crescimento da população idosa. Apesar da existência do Estatuto do Idoso, é alarmante o descumprimento dos direitos inalienáveis. De acordo com sociólogo Zygmunt Bauman, a modernidade líquida é marcada pela fluidez das relações. Tal fato é corroborado ao examinar lugares que não oferecem boa infraestrutura para os idosos se locomoverem e serem independentes e, até mesmo, a incoerência presente nas atitudes de inúmeros jovens apresentando, muitas vezes, conduta desrespeitosa.    Convém analisar, também, que a sociedade brasileira terá de lidar com urgências ocasionadas pela nova transformação social. Após a Segunda Guerra Mundial, o mundo assistiu ao fenômeno do "baby boom", caracterizado pela alta taxa de natalidade, anos mais tarde, toda a conjectura observada no período citado, transformou-se em um saldo positivo de contribuintes no mercado de trabalho. Porém, com a chegada do século XXI, a mulher ganhando cada vez mais espaço, os avanços medicinais e o planejamento familiar, houve uma reconfiguração social que atualmente enfrenta a dívida ocasionada na Previdência Social, cujo quadro já é caótico. Afinal, a aposentadoria é sustentada pelo grupo que ocupa a metade da pirâmide social. Sendo assim, a cada menos contribuições pela população economicamente ativa, mais rombo haverá na previdência.     Fica claro, portanto, que para tornar viável o “Brasil dos velhinhos” fazem-se necessárias resoluções para o pleno exercício da isonomia. O Ministério das Cidades juntamente com ONGs devem investir em infraestrutura destinada aos provectos e promover atividades de lazer, a fim de garantir melhores condições de vida. Também é de suma importância a atuação do Ministério da Previdência Social, na finalidade de reconhecer e conceder os direitos aos seus assegurados, por meio de reformas que não lesem os direitos constitucionais. Só assim, com a mobilização de um todo, haverá mudanças na liquidez de Bauman.