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Enviada em: 09/11/2018

A aumento da expectativa de vida no Brasil é uma ótima notícia. Tal indicador traz consigo a melhoria de uma série de condições da vida do brasileiro, principalmente o acesso à saúde. Atualmente, a idade média é de 75 anos, pelo menos 30 anos a mais no começo da série histórica do IBGE em 1940. Apesar disso, é importante perceber que esse número é uma média que oculta disparidades passíveis de discussão.       O primeiro ponto de atenção quanto à disparidade por trás do número geral, é a questão de gênero. Hoje, as mulheres têm expectativa de 78 anos, contra 71 dos homens. Essa grande diferença tem uma origem cultural: as mulheres são muito mais conscientes da saúde da família e de si mesmas. Muitos homens, sobretudo os de mais idade, ainda têm resistência em fazer exames preventivos e procurar apoio médico. Felizmente as novas gerações têm mudado essa postura, o que é indicado pelo crescimento mais acelerado da expectativa de vida masculina, de 3 anos e 25 dias na última medição, contra 3 anos e 11 dias das mulheres.       Outra questão é a disparidade regional: os estados com maior desenvolvimento econômico são também os que apresentam maior expectativa de vida, liderados por Santa Catarina, com média de 78 anos. Já o Maranhão, no outro extremo, alcançou a média nacional do começo da década de 2000, com 70 anos. Isso pode ser explicado por problemas com a fome, saneamento, acesso à educação, saúde e trabalho digno.        Portanto, constatar tais diferenças no cálculo da expectativa de vida média do brasileiro é essencial para a elaboração de políticas públicas voltadas para a redução da desigualdade. As secretarias municipais de saúde e amparo social devem promover programas locais permanentes de estímulo à longevidade. Nesses programas, por meio de visitas de agentes de saúde, os indivíduos serão orientados sobre alimentação, saúde e atividades físicas. Ainda, aqueles indivíduos que tiverem acesso precário aos serviços públicos serão mapeados para coleta de dados. Assim, por meio da atenção básica, é possível universalizar a alta expectativa de vida.