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Enviada em: 27/09/2018

A expectativa de vida é um aspecto indissociável do grau de desenvolvimento de uma sociedade. De fato, os indicadores nacionais somente começaram a mudar a partir da década de 50, quando, em consonância com o processo de urbanização, exsurge a necessidade de maiores investimentos nos serviços de saúde, vacinação e saneamento. Não obstante, evidencia-se que o progressivo aumento da média de vida dos brasileiros tem sido acompanhado por significativos impasses socioeconômicos que permeiam a realidade da nação.           A priori, convém ressaltar que o sistema previdenciário brasileiro não dispõe do condão de sustentar a crescente demanda de idosos intrínseca ao aumento da expectativa de vida. O fato é que, com a diminuição da População Economicamente Ativa (PEA), o suporte financeiro requerido pelo Brasil para uma boa política previdenciária fica comprometido. Apesar disso, destaca-se a relevância oferecida pela Constituição Cidadã às garantias inseridas no âmbito da seguridade social, consideradas direitos fundamentais sociais. Assim, o ínfimo percentual de jovens, aliado à inocuidade governamental na tomada das devidas medidas, distancia a realidade daquilo preconizado pela Carta Magna.               Por outra perspectiva, nota-se que a hodierna expectativa de vida do brasileiro - de 76 anos, consoante o IBGE - é ainda arbitrária no país, isto é, há uma relevante descontinuidade nas condições de vida e desenvolvimento. Esse fato pode ser elucidado se observados os Índices de Desenvolvimento Humano das diversas regiões, os quais testificam um verdadeiro abismo social ao comparar-se os eixos Sul-Sudeste e Norte-Nordeste. Com efeito, boa parte da população brasileira - sobretudo a de comunidades periféricas e ribeirinhas - não usufrui de tratamento de água e esgoto ou serviços de saúde de qualidade, o que reverbera as disparidades econômicas do Brasil e torna a ideia de longevidade utópica para muitos.            A partir dos aspectos mencionados, fica clara a necessidade de atuação do Estado na problemática. Dessa forma, esse agente deve, por meio da atuação do Ministério da fazenda e de economistas especializados, articular o corte de gastos e um maior direcionamento de verbas para a previdência social, através de políticas de racionamento financeiro e organização estrutural. Ademais, a fim de abrandar as disparidades e equiparar a expectativa de vida no país, o governo precisa promover a melhoria de condições em áreas necessitadas, por meio de obras de saneamento, intensificação de campanhas vacinais, acesso à água potável e moradias dignas. Destarte, os idosos não sofrerão as consequências desse fenômeno e a população como um todo poderá desfrutar dos avanços da nação.