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Enviada em: 28/09/2018

Pluralização da cidadania O sociólogo Zygmunt Bauman, em sua obra "Em busca da política" afirma que "tendemos a crer que pouco podemos mudar - sozinhos, em grupo ou todos juntos - na maneira como as coisas ocorrem ou são produzidas no mundo". É com essa crença que poder público e coletividade têm, de forma muito tímida e pouco assertiva, encarado a questão dos desafios do envelhecimento da população brasileira. Logo, é imperativo um maior engajamento desses atores sociais no inadiável enfrentamento desse problema. Inegavelmente o Estatuto do idoso, promulgado em 2003, possui efeitos positivos, porém há lacunas, ainda, a serem preenchidas. Uma prova fatal disso é que, segundo o IBGE, a expectativa de vida vem aumentando ininterruptamente. No entanto, de acordo com o estudo da Serasa Experian, mais de dois milhões de idosos vivem sem a plena dignidade e cidadania. Isso escancara um cenário no qual pessoas de idade avançada não possuem o básico e, consequentemente, se encontram marginalizadas. Assim, faz-se necessária uma intervenção estatal para mudar a situação. Conforme o filósofo alemão Jurgen Habermas, advindo da escola de Frankfurt, o consenso social é a melhor forma para resolver impasses. Nesse sentido, a comunicação entre a própria população é fundamental para, com isso, extinguir estigmas e superar barreiras, como a insensibilidade perante os idosos. Entretanto, a atual conjuntura revela uma preocupante negligência, primordialmente com os mais velhos, dado que representam uma parcela esquecida da sociedade, já que são pessoas carentes e necessitadas de cuidado e de carinho. Dessa maneira, através de um incessante diálogo social será viável amenizar o problema. Por tudo isso, a sociedade civil, com o apoio de ONGs e de associações que militam nesta área deve, por meio de petições, abaixo-assinados e manifestações em locais públicos e nas redes sociais, pressionar o Governo Federal a criar o programa "um idoso é uma vida", no qual ofertará condições dignas, como moradias e cestas básicas gratuitas aos idosos mais carentes. Ademais, as escolas, responsáveis pela formação tanto intelectual quanto moral de crianças e de jovens, devem ofertar à comunidade palestras ministradas por especialistas na área e por idosos a fim de esclarecer a importância da manutenção da dignidade entre as faixas etárias. Só assim, a nação dará passos mais firmes na direção de um futuro promissor.