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Enviada em: 15/10/2018

Longevidade comprometida      Na obra Vidas Secas, o autor Graciliano Ramos retrata a baixa expectativa de vida do brasileiro no início do século XX, sobretudo no interior do nordeste. Entretanto, devido os avanços na área da medicina, educação e saneamento básico, o país viu crescer, constantemente, a esperança de vida da população. Nesse sentido, o desafio da vez é assegurar os avanços beneficentes à saúde em conjunto com a estrutura para atendimento médico. Assim, surge a necessidade de avaliar o papel do Estado e da sociedade nesse processo.      A princípio, o aumento da expectativa de vida do brasileiro é fruto do combate à doenças. Esse fator está diretamente relacionado aos investimentos na criação de vacinas e importação de conhecimentos e tecnologia medicinal. Durante a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, foram feitos transfusões de sangue e, logo após, transplantes de órgãos, além da cura da poliomielite. Hoje, devido aos novos hábitos de higiene e conhecimento do corpo humano, bem como o combate à vírus que podem danificar células, o brasileiro pode passar de setenta e cinco anos de idade.      Em contrapartida, a precária estrutura hospitalar está entre as principais preocupações da geração da “terceira idade”. Isso acontece porque, em todos os Estados do país, os valores destinados para reforma e construção de hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPA), não atendem a demanda da população, visto que a nação está em processo de envelhecimento e aumenta a procura por atendimento de doenças relacionadas à idade. Além disso, o Brasil congelou os gastos com o orçamento da saúde por vinte anos, fato que pode piorar o cenário. Segundo o IBGE ( Índice Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2030 a população idosa pode ultrapassar a jovem. Com efeito, o tratamento de Alzheimer, problemas cardiovasculares e diabetes, tornam-se um desafio para quem alcançar a longevidade.       Dito isso, é notório que o Brasil carece de medidas públicas e sociais que possam assegurar o bem estar aos idosos. Para isso, a população deve exigir que o Ministério da Saúde, por intermédio do programa Mais Médicos, contrate profissionais para atenderem ao público idoso, com o objetivo de dar continuidade ao avanço no tratamento e cura de doenças. Ademais, o Governo Federal deve formar parcerias com construtoras, por meio de isenção fiscal e favorecimento em licitações, e construir hospitais exclusivamente para os idosos, a fim de que o SUS (Sistema Único de Saúde) possa realizar exames, internações e distribuir remédios. Com essas medidas, certamente obra de Graciliano Ramos vai ser lembrada apenas no campo da literatura.