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Enviada em: 28/10/2018

As melhorias de condição de vida da população brasileira, por meio de, por exemplo, avanços no âmbito da medicina e das redes de saneamento básico, tornaram-se fundamentais para ascender a expectativa de vida no país, que passou de 62,57 anos em 1980 para 75,2 anos em 2014. Entretanto,  mesmo com essa longevidade, o Brasil apresenta muitas falhas quanto ao trato com os idosos. Isso ocorre, não raro, pelos exíguos investimentos públicos, pela própria exclusão populacional, entre outros motivos.     Mormente, embora haja o Estatuto do Idoso, o qual garante à essa faixa etária os direitos básicos, esse recurso legislativo não é, muitas vezes, respeitado. Uma comprovação dessa situação é que o Brasil, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, OMS, apresenta déficit de mais de 28.000 geriatras, bem como há uma forte concentração do índice de médicos e de faculdades de medicina na região Sudeste. Ademais, o cenário futuro pode tornar-se ainda mais complexo, haja vista que o sistema previdenciário pode entrar em colapso, por apresentar menor contingente de PEA- população economicamente ativa- e não possuir apoio governamental suficiente, com políticas públicas eficientes e contra a corrupção.  Ainda convém ressaltar que, no período da Antiguidade Clássica, os mais velhos eram considerados figuras de sabedoria extrema e merecedores de admiração, porém, hodiernamente, não raro, os idosos são excluídos e menosprezados por parte da população. Tal conjuntura demonstra um caráter imediatista e não empático de inúmeros indivíduos, os quais, diversas vezes, acreditam, erroneamente, que os mais velhos são um sinônimo de fraqueza e inutilidade, principalmente no âmbito trabalhista, e os isolam. Dessa maneira, os registros de abandono contra idosos cresceu mais de 16% no Brasil, segundo dados do Disque 100.     Portanto, com o aumento da expectativa de vida é imprescindível que medidas concretas sejam realizadas para proporcionar melhores condições de vida aos idosos. A fim de que isso ocorra, é necessário que o governo, junto ao Ministério da Saúde, direcione, por intermédio de corte de gastos em setores de menor urgência, mais verbas para a saúde geriátrica, bem como deve ampliar o Programa Nacional de Apoio à Formação de Médicos Especialistas em Áreas Estratégicas, Pró-Residência, à geriatria, a qual ainda não é contemplada. Outrossim, é de suma importância que o Poder Executivo institua penas mais efetivas contra a corrupção, como, penas mais longas. Em adição, é indubitavelmente preciso que as escolas de todo o país, desde as fases mais tenras, demonstrem a valorização do idoso, por meio de aulas direcionadas e palestras cotidianas.