Materiais:
Enviada em: 16/07/2019

Promulgada pela Assembleia Constitucional em 1988, a Constituição da República Federativa do Brasil garante aos idosos o direito à vida, saúde, cultura, esporte, lazer, trabalho, cidadania, dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. Conquanto, esses direitos não estão disponíveis para todos, tendo em vista o desamparo e o preconceito sofrido. Nessa perspectiva, torna-se premente analisar as principais adversidades enfrentadas por essa população velha: a falta de preparo da sociedade quanto a aceitação desse grupo, assim como a dificuldade da inserção desses nas atividades econômicas.    Em primeira análise, é lícito postular o despreparo social quanto ao acolhimento dos longevos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia, houve um aumento de 33% nos casos de abandono entre 2012 e 2017. Evidenciando o supremacitado, o filosofo Zigmunt Bauman, em sua obra Amor líquido, expõe a falta de solidez nas relações sociais, políticas e econômicas vividas no século XXI. Advindo disso, observa-se o individualismo e a fragilidade dos laços familiar, perdendo, dessa forma, o senso de compaixão ao próximo. Dessa forma, torna-se indispensável à adoção de medidas capazes de fragmentar esse comportamento social.    Faz-se mister, ainda, salientar o quão preconceituoso é o mercado de trabalho na admissão de indivíduos em idade avançada. De acordo com um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, a proporção de idosos os quais pararam de trabalhar após perder o emprego caiu de 20%, em 2012, para 16% em 2018. Tal fenômeno advém da necessidade de renda – devido a insuficiência da aposentadoria - e o fato de existir uma vontade de se sentir útil, segundo fundador da plataforma de trabalho para a terceira idade MaturiJobs, Mórris Litvak. Dessarte, é conveniente o desenvolvimento de medidas capazes de diminuir a rejeição sofrida por eles.    Infere-se, portanto, a necessidade de medidas aptas a gerar condições dignas a todos. Logo, urge que o Ministério da Educação, em conjunto com escolas, inclua disciplinas de ética e cidadania no currículo escolar dos ensinos infantil, fundamental e médio, com o intuito de desconstruir o individualismo enraizado na sociedade pós-moderna e disseminar o hábito de empatia, assim como o entendimento de que a velhice é fruto do amadurecimento humano. Ademais, o Governo em parcerias público-privadas com empresas, por meio de incentivos fiscais a tais instituições, desenvolva programas os quais garantam o ingresso no mercado de trabalho em concordância com suas limitações, tornando possível a fragmentações do sentimento de inutilidade. Dessa forma, será possível caminhar para uma sociedade justa e igualitária como previsto na Constituição Brasileira.