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Enviada em: 29/10/2017

Sociedade justa e preocupada                         As melhorias médico-sanitárias ocorridas no Brasil permitiram, em um curto período, o aumento da expectativa de vida do brasileiro em mais de 10 anos. Todavia, diante do crescimento da população sexagenária surge a preocupação de amparar-lhes de forma satisfatória e digna. Nesse sentido, para alcançar tal objetivo, é preciso, ainda, melhorar alguns déficits do sistema de saúde pública e nas casas de repouso que recebem muitos desses idosos.     A garantia ao acesso a saúde de qualidade é um direito básico assegurado à todos através da Constituição Federal. Entretanto, é perceptível que o sistema de saúde pública do país é deficiente. Não é difícil comprovar tal afirmação em uma visita rápida aos hospitais brasileiros. Faltam médicos, medicamentos e aparelhos para a realização de enxames, além da longa espera a que são submetidos os pacientes para poderem realizar um enxame ou marcar uma consulta. Nesse cenário, é inadmissível que o Estado, em seu papel de assegurar os direitos básicos do indivíduo, continue inerte diante dessa problemática.     Segundo sociólogo polonês Zygmunt Bauman, o individualismo e a velocidade são aspectos marcantes do mundo pós-moderno. Nesse contexto, muitas famílias diante da suposta falta de tempo, devido a "correria" do dia-a-dia, optam por encaminhar à terceiros a responsabilidade de cuidar do idoso da sua família encaminhado-o para uma casa de repouso e , por vezes, negligenciando a importância de visitá-los com frequência. Assim, não raramente, nas mídias sociais e nos meios de comunicação, são relatadas denúncias de maus tratos, como agressões físicas ou condições higiênicas degradantes, em casas de repouso. Dessa forma, é necessário romper com o individualismo e frear a rotina, para estar atento aos cuidados recebidos pelo sexagenário nesses locais.     A melhoria no sistema de saúde pública e a fiscalização nas casas de repouso são, portanto, os caminhos a serem trilhados para garantir que o aumento da expectativa de vida não torne-se um problema. Desse modo, os Governos Estaduais e Municipais, com o aporte da União, devem construir, assim como já existem hospitais especializados no atendimento às crianças e às mulheres, unidades de atendimento hospitalar gratuito para a população idosa, com equipe médica formada por especialistas - geriatras e gerontólogos - e infraestrutura adequada. Ademais, as famílias e ONGs socialmente engajadas devem fiscalizar as casas de repouso e denunciar ao Ministério Público, se for encontrada irregularidades. Dessa maneira, o Brasil estaria trilhando a passos firmes o caminho para a construção de uma sociedade mais justa e preocupada com a população sexagenária.