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Enviada em: 30/10/2017

A partir da segunda metade do século XX, com o advento da Revolução Técnico-científica e Informacional, o mundo viu acelerar os processos de desenvolvimento científico por meio de intensas pesquisas em todos os campos da ciência influenciando diretamente na melhoria da medicina. Logo, esse contexto possibilitou o aumento da expectativa de vida e gerou novos problemas que até então não eram prioritários no Brasil.  Em primeira análise, os maiores desafios desse cenário de transição demográfica no país - em que a população está envelhecendo ao passo que o crescimento vegetativo diminui - são os serviços de saúde. De fato, é indubitável que o idoso consome mais desses, já que as internações são mais freqüentes, além de ocuparem por maior tempo os leitos de hospitais (em razão das doenças que mais comumente os acometem serem crônicas e múltiplas) e usarem mais remédios. Contudo, o país ainda não tem uma gestão pública eficaz nesse sentido, o que reflete negativamente na vida dos cidadãos da 3ª idade, que sofrem em seus últimos anos sem a assistência médica adequada.  Em segunda análise, pode-se destacar a esfera econômica, a qual é impactada negativamente, já que a longevidade da população trouxe o aumento de beneficiários por aposentadorias e pensões. E, no Brasil, o sistema previdenciário adotado é o de repartição, isto é, quem está ativo no mercado de trabalho colabora para a manutenção do benefício. Porém o percentual de colaboradores não tem acompanhado a demanda devido a diminuição da taxa de natalidade. Com isso, há o agravamento da crise presente no Instituto Nacional de Seguro Social, que está previsto déficit de R$202 bilhões para 2018, e a demora no pagamento da aposentadoria, como ocorre no Rio de Janeiro.  Outrossim, são direitos assegurados pela Constituição Federal: o de ir e vir e o lazer. Entretanto, observa-se uma defasagem entre direito e garantia, haja visto que os idosos possuem obstáculos na mobilidade urbana (poucas rampas nas calçadas e poucos ônibus acessíveis), e ainda, sofrem pela carência por atividades culturais e recreativas que atendam às suas necessidades especiais.  Destarte, em vista da problemática exposta, é incontrovertível que o Governo por meio do Ministério da Saúde crie medidas interdisciplinares enviando mais recursos para a saúde do idoso, como o aumento dos leitos nos hospitais e postos de saúde e melhor distribuição de medicamentos gratuitos. Do mesmo modo, o Governo deve fazer uma reforma política, cortando gastos, como o alto número de Ministérios e outras entidades que drenam desnecessariamente os cofres públicos, garantindo um equilíbrio econômico para absorver essas mudanças. Só assim, o aumento da expectativa de vida será uma realidade feliz no Brasil consoante ao que diz o filósofo Platão "o importante não é viver, mas viver bem".