Materiais:
Enviada em: 06/05/2018

Capitães da Areia, Justiça e Liberdade          Jorge Amado, autor de Capitães da Areia,alude em sua obra a história de garotos, de 11 a 18 anos, que sobrevivem em coletividade a partir do crime. Fora do contexto literário, a crescente taxa de criminalidade entre jovens brasileiros, além de ferir direitos constitucionais, impedem o desenvolvimento saudável desses indivíduos. Dessa forma, observa-se que a violência juvenil reflete um cenário desafiador seja pelo desprendimento das instituições,seja pela sua aproximação com o tráfico.         Previamente, segundo o artigo 227 da Constituição, é dever da família, do estado e da sociedade garantir, com prioridade, a efetivação dos direitos referentes a vida dos jovens. Todavia, apesar de pré-estabelecido por lei, o descrédito desses órgãos catalizam com a violência.Visto que, o que se repara na realidade é, em regiões mais carentes, o sucateamento educacional do serviço público, ausência de novas atividades e,por conseguinte, o desprezo no despertar de suas criatividades. Em virtude disso, com a educação deflagrada e sem estímulos externos, a aproximação com a realidade criminal surge como opção.       Ademais, a ilusão da rápida ascensão social vendida pelo mundo do tráfico aproxima os jovens ao envolvimento com a criminalidade. Desse modo,a inclusão dessas crianças e adolescentes em facções cada vez mais cedo, submetem-os a realizarem delitos e contrabandos em prol do falso poder. Nesse sentido, sob a ótica de Friedrich Schiller, a violência destrói tudo que ela pretende defender: a dignidade a vida e liberdade do ser humano.    Destarte, depreende-se que a despretensão associativa desdobra o estandarte criminal no Brasil. Torna-se imperativo, portanto, que o Ministério da Educação ofereça novas iniciativas governamentais, sobretudo em áreas carentes, a partir da inclusão de atividades interdisciplinares e estímulos a literatura e arte, por meio de workshops e teatros dentro dos colégios,a fim de solidificar o sistema de proteção social e criar expectativas entre eles. Outrossim, é importante o Ministério da Justiça, em parceria com ONG's, crie centros de reabilitação e medidas socioeducativas que distancie os jovens do tráfico e permitam-os retornar a vida em sociedade. Apenas sob tal perspectiva, poder-se-á assegurar dignidade aos jovens e os livrar do mundo do tráfico, pois assim como proferido por Jorge Amado, "a liberdade é como o sol: o bem maior do mundo".