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Enviada em: 10/05/2018

“Quanto aos homens, não é o que eles são que me interessa, mas o que podem se tornar”. A máxima de Jean-Paul Sartre, embora instituída no século último, retrata a apreensão social no que tange o aumento da taxa de criminalidade juvenil no Brasil. Nesse contexto, cabe referir os papeis estatal e familiar na ampliação dessa conjuntura. Em primeiro plano, pode-se citar que a falha do Estado contemporâneo na promoção de insumos socioeducativos aos infantes concorre para esse panorama. Contrariando o cânone do Direitos Civis nacionais, que institui a plenitude e qualidade no fornecimento educacional, o organismo público fomenta um sistema pedagógico não abrangente e defectivo. Nesse quadro, haja vista as imposições de ingresso nos mercados trabalhista e de ensino superior hodiernos, os petizes reminiscentes dessa instrução avariada não atendem a elas. Por conseguinte, uma vez que não logram os postos nessas modalidades, esses buscam alternativas, dentre elas a criminalidade, agravando o receio supratranscrito. Ademais, é importante salientar que o déficit parental auxilia na circunstância aludida. Isso se dá pois, elucidando os preceitos da modernidade “líquida” fundamentada por Bauman, nos núcleos familiares vigentes imperam o individualismo, e as ausências comunicativa e afetiva. Nesse âmbito, mormente, os pais não transmitem valores morais e morais aos filhos, bem como esses sentem-se postergados. Isto posto, os jovens se relacionam com o crime tanto por ausência de aconselhamento, quanto por consciência involuntária de solicitar consideração. Diante do exposto, é premente que o Estado, sob representação do Ministério da Educação, origine uma plataforma educativa virtual de cursos técnicos, profissionalizantes e de línguas estrangeiras. Por intermédio de aulas ministradas por profissionais qualificados, associadas ao incentivo de participação juvenil por parte da família - órgão primordial para a formação do indivíduo - visa-se capacitar os jovens brasileiros, mitigando seu acesso ao crime. Destarte, será possível desconsiderar o truísmo sartreano, uma vez que saber-se-á que os indivíduos se tornarão cidadãos virtuosos.