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Enviada em: 02/11/2018

"Toda educação humana deve preparar todos para viverem pelo outro a fim de reviverem no outro". A declaração de Augusto Comte, sociólogo positivista do século XIX, permite-nos refletir sobre como o aumento da taxa de criminalidade entre os jovens representa um desafio a ser enfrentado de forma mais organizada pela sociedade brasileira. Nesse sentido, pode-se evidenciar a ausência de políticas públicas preventivas em consonância com a descaracterização da autoridade familiar, como agravantes dessa problemática.          Primeiramente, pode-se ressaltar que em geral os profissionais das escolas não estão preparados para reconhecer e dar suporte ao jovem com propensões ao crime. Em vista disso, segundo o portal de notícias G1 uma pesquisa no Cadastro Nacional de Adolescentes em Conflito com a Lei, mostrou que em relação aos anos 2014 e 2015 a quantidade de jovens envolvidos coma criminalidade dobrou. Desta maneira, torna-se evidente que em muitos casos, infelizmente, o Estado não oferece nem mesmo as condições necessárias para que o indivíduo veja na educação uma solução para seus problemas.             Sob esse viés, a existência clara de uma base familiar desestruturada contribuem ainda mais para a inserção precoce no mundo do crime. Nessa continuidade, “Não se pode pensar em resolver o problema do crime prendendo e botando mais armas na rua quando, na verdade, é preciso investir na criança para que ela não seja o bandido de amanhã”, disse o técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, Daniel Cerqueira. Logo, é inadmissível que a família se ausente na responsabilidade desta questão que assola a sociedade, claramente, a Constituição Federal de 1988 que prevê o direito a educação e ao amor a todas as crianças não vem sendo obedecida.          Os jovens no crime, portanto, representa uma ameaça concreta não apenas aos indivíduos diretamente envolvidos como a todos os cidadãos que, indiretamente, também figuram como vítimas de seu legado. Nesse sentido, o Ministério da Educação juntamente com o Ministério da Secretaria de Segurança Pública, devem promover a ressocialização de jovens infratores por intermédio da educação e do ensinamento do quão importante são os conhecimentos para que um indivíduo melhore a qualidade de sua vida com o auxílio de professores e agentes penitenciários que se propuserem ao tratamento digno, conforme o que está defendido no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Como resultado, dessa perspectiva, espera-se diminuir o contingente de adolescentes que cometem atos ilícitos, bem como, sua reincidência após o fim do tempo de encarceramento.