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Enviada em: 23/07/2018

Na obra "Ética a Nicômaco", o filósofo Aristóteles enfatiza que as ações dos indivíduos devem ser coletivas, de modo a promover o bem da sociedade. Contudo, no Brasil hodierno ocorre o oposto, já que a taxa de criminalidade entre os jovens tem crescido de maneira vertiginosa. Nesse contexto, dois fatores fazem-se relevantes: o individualismo da população e a fragmentação do ensino nas instituições escolares.     Primordialmente, vale ressaltar que as atitudes individuais dos jovens brasileiros inibe a prática da alteridade, fato que os impulsiona a cometer diversos crimes. Nessa conjuntura, percebe-se a teoria da Modernidade Líquida, proposta pelo sociólogo Zygmunt Bauman, o qual analisa o individualismo como principal característica da sociedade contemporânea. Sendo assim, os jovens não se preocupam com as consequências causadas às vítimas. No estado do Ceará, por exemplo, mais de 30% dos homicídios são cometidos por menores de idade.     Ademais, nota-se, ainda, outro fator intensificador do problema: o ensino fragmentado. Isso decorre do século XX, quando a indústria brasileira adotou a linha de montagem, caracterizada pela repetição e divisão do trabalho. Desse modo, as escolas, como afirma a filósofa Viviane Mosé, herdou tais aspectos, formando alunos repetidores e não pensadores. Consequentemente, os educadores deixam de difundir a cultura de criticidade e cidadania e, por essa razão, os jovens acabam sendo atraídos pelo mundo do crime, sem refletirem nos malefícios dessa escolha.     É necessária, portanto, a adoção de medidas capazes de minimizar a criminalidade entre jovens brasileiros. Posto isso, cabe aos administradores de redes sociais atenuarem o individualismo, por meio da postagem de vídeos e imagens desenvolvidos por artistas, os quais alertem acerca do perigo da falta da alteridade, impedindo os jovens de cometerem delitos. Outrossim, é papel do Ministério da Educação (MEC) fomentar palestras escolares, proferidas por sociólogos, que tenham como foco os professores, os incentivando a formar pensadores nas salas de aula.