Enviada em: 07/08/2018

No filme Tropa de Elite, jovens apresentam-se nas favelas do Rio de Janeiro portando armas de grosso calibre e utilizando drogas, de modo que  isso influencia diretamente no aumento da criminalidade. Longe das telas do cinema não é diferente, esse superávit criminal é reflexo da pouca presença do poder público na sociedade, uma vez que a desigualdade e a impunidade penal são causas dessa problemática.      Em primeiro lugar, há, em comunidades pobres, ausência de políticas públicas que combatam a desigualdade social. Historicamente as favelas surgiram como lugares marginalizados e precários em relação ao apoio do Estado para com o povo. Prova disso foi a reforma no Rio de Janeiro no século XIV com o intuito de retirar a população pobre do centro da cidade. Dessa forma, com essa medida, pretendia-se segregar os ricos e pobres dando fundamento para o aumento dos índices de criminalidade.     Além disso, a impunidade penal é responsável por cada vez mais adolescentes ingressarem mais cedo no submundo do crime, visto que leis brandas e pouco punitivas são atrativos para esses indivíduos cometerem delitos. De acordo com o filósofo francês Émile Durkheim, fatos sociais são comportamentos dotados de coercitibilidade, ou seja, são obrigados pela sociedade sob pena de preconceito ou outras sanções. Nesse sentido, jovens nascidos no ambiente do crime precisam praticar atos criminosos com medo de represália e até mesmo a morte.      Destarte, o Estado não consegue chegar, em sua totalidade, no âmbito das favelas. Logo, torna-se imperativo que o Ministério da Educação promova palestras educativas em comunidades carentes por intermédio de professores, sociólogos e psicólogos com o objetivo de conscientizar a população sobre a desigualdade e seus efeitos. Esse projeto deve propor também ações sociais com a ajuda de ONG’s, como por exemplo cortes de cabelo e exames laboratoriais. Por fim, a sociedade precisa fazer manifestações pacíficas reivindicando mudanças no código penal brasileiro. Pois, somente assim se construirá um lugar mais igualitário.