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Enviada em: 22/08/2018

Segundo Zygmunt Bauman, a falta de solidez nas relações sociais, políticas e econômicas é característica da "modernidade líquida", vivenciada durante o século XX. Analisando o pensamento do sociólogo polonês, essa realidade imediata perpetua-se com o aumento  da taxa de criminalidade entre os jovens no Brasil, e em detrimento da negligência governamental aliada à postura preconceituosa da sociedade, efetiva-se como uma das maiores incógnitas no território brasileiro.   É incontestável que os aspectos governamentais estejam entre as principais causas do crescimento da delinquência juvenil. De acordo com o Artigo 3 da Constituição brasileira, explana o dever estatal de construir uma sociedade livre, justa e solidária, garantindo o desenvolvimento nacional. No entanto, seguindo os últimos dados relacionados ao aumento dos atos criminosos praticados por menores, a ação legal encontra-se distante da efetivação, haja vista que a ausência de um ensino público de qualidade, associado à iniciativa de programas governamentais, para o atendimento de menores, configuram-se como um enclave para a dissolução desse problema no território nacional. Como resultado dessa realidade, segundo dados publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 85% dos delinquentes juvenis abandonaram a escola ainda no fundamental, evidenciando-se com isso a importância de manter os jovens no âmbito educacional.   Da mesma forma, evidencia-se à postura mórbida da sociedade como impulsionadora do problema. Segundo Michel de Montaigne, a mais honrosa das ocupações é servir o público e ser útil as pessoas. No entanto, de maneira análoga a esse pensamento do filósofo, a atuação produtiva à sociedade encontra-se distante no país, uma vez que oportunidades sociais, muitas vezes, são abnegadas ao jovem morador de uma comunidade, o que, diversas vezes, possibilita a opção por atos delituosos como alternativa para o sustento próprio.   Portanto, faz-se necessário, o combate à liquidez citada inicialmente, a fim de conter o avanço da criminalidade juvenil, deve tornar-se efetivo, posto que as políticas governamentais mal elaboras e à discriminação da sociedade garantem à resistência do problema. Sendo assim, o Governo deve canalizar maiores investimento nos reformatórios, melhorando a qualidade do tratamento e da infraestrutura, para que o jovem saia de lá realmente reformado. Aliado a isso, cabe aos Governos Federais e Municipais oferecerem bolsas de estudos em universidades e cursos técnicos para jovens em fragilidade social, transporte gratuito em áreas afastadas, além de aumentar o salário mínimo, a fim de atenuar o problema e tornar o crime não mais uma única alternativa de obtenção de renda, construindo-se, então, uma sociedade mais fiel aos princípios da Constituição.