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Enviada em: 28/08/2018

A Declaração Universal dos Direitos Humanos – promulgada em 1948 pela Organização das Nações Unidas – assegura a todos os indivíduos o direito ao bem-estar social. Entretanto, o precário serviço de educação pública do Brasil e a postura preconceituosa da sociedade vivenciada pelos jovens brasileiros, impede que grande parcela da população usufrua desse direito internacional na prática. Com efeito, evidencia-se o aumento da taxa de criminalidade entre os jovens brasileiros. Primordialmente, conforme um dos mais estupendos pensadores contemporâneos, a leitura do mundo precede a leitura da palavra. Parafraseando Paulo Freire, pode-se dizer que é necessário entender primeiro a causa de um mal, e assim, cortá-lo pelas raízes, do que começar a podá-lo diretamente pelas arestas. De maneira análoga, uma das raízes da problemática em questão, está calcada em um falho sistema educacional. Isso se dá, pelo fato de que uma educação, quando não universalizada e efetiva, minimiza as chances de interação cultural e social, como por exemplo, a oportunidade de ingresso em uma faculdade. Segundo dados publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 85% dos usuários de drogas abandonaram a escola, ainda no fundamental, evidenciando-se a importância de manter os infantes no âmbito educacional. Logo, isso abre brecha para que as pessoas tenham, com maiores chances, contato com a realidade indesejável do mundo do crime, e assim, iludidos pelo poder e pela possibilidade de ascensão social, acabam por penetrar na criminalidade. Outrossim, a lógica Aristotélica reza que a poética deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, a harmonia seja alcançada na sociedade. Sob tal conjuntura, é possível perceber que a discriminação da sociedade em relação ao jovem periférico rompe com essa harmonia; uma vez que, embora esteja previsto na Constituição o princípio da isonomia, as pessoas resistem a oferta de vagas de emprego ao jovem morador de uma comunidade, e infelizmente, isso acontece com frequência e sem nenhuma fiscalização assídua e compromissada. Como resultado, possibilita a opção por atos delituosos como alternativa para o sustento próprio.