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Enviada em: 30/09/2018

O escritor inglês Charles Dickens, em seu livro "Oliver Twist", retrata como o abandono e o descaso social são capazes de direcionar os jovens para o mundo da criminalidade. Nesse contexto, nota-se que, no Brasil contemporâneo, a falta de acesso universal à educação e a desestruturação da base familiar culminam no aumento da taxa de criminalidade entre os jovens brasileiros. Desse modo, é fulcral analisar os aspectos sociais e estruturais referente a essa ascensão.       A priori, convém ressaltar que a criminalidade origina-se da má formação educacional, fato que, no Brasil, atinge grande parte da população, logo, amplificando a criminalidade. Nesse contexto, observa-se que o Estado Brasileiro carece em garantir o acesso universal e qualificado ao ensino, e, por conseguinte, em uma formação deficitária do senso cidadão de respeito às leis e da estrutura do complexo social. Evidência disso são números divulgados pelo jornal G1 de 60 mil assassinatos no ano de 2017, ou seja, a violência - vertente quase sinônima da criminalidade - apresenta-se exorbitante. Essa realidade, portanto, autentica as teses do filósofo Austríaco Ludwig Von Mises de que a ação humana é a resposta aos estímulos e ao meio, isto é, a criminalidade é a resposta do indivíduo à falta de incentivo educacional e a um meio que, muitas vezes, o crime é estrutural. Dessa maneira, entende-se que é imprescindível revisar a estrutura educacional brasileira para abrandar o embate.       Outrossim, em uma análise mais extensiva, infere-se que cada vez menos o papel da família - esfera social responsável pela formação ética, moral e educacional - faz-se presente na vida dos adolescentes de modo a instruir para aquém da criminalidade. Nesse prisma, nota-se que o Poder Público carece em políticas efetivas de assistência familiar que auxiliem de forma coesa a formação dessa esfera social, de modo a qualificar a relação familiar, auxiliar no planejamento econômico e, por conseguinte, tornar sólida a estrutura familiar. Diante disso, entende-se que, assim como afirmado na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU, é preciso, além de acordos e normas, o efetivo compromisso do governo com as políticas firmadas, pois, desse modo, com a família exercendo seu compromisso social, a criminalidade juvenil reduzir-se-á.       Compreende-se, pois, que para auxiliar a família e qualificar a educação é mister que o Ministério da Educação e Cultura, com apoio do Conselho Tutelar e do Ministério do Desenvolvimento Social, elabore um programa de assistência com os estudantes e com as famílias, para isso distribuir cartilhas de como organizar as finanças - pois muitos aderem ao crime por necessidade -, consultas bimestrais com agentes tutelares ou psicólogos e palestras que contenham atividades lúdicas com professores renomados . Com isso, o Brasil tornar-se-á um pais sem tantos jovens como Oliver Twist.