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Enviada em: 30/09/2018

"Os jovens são vulneráveis e suscetíveis às influências oriundas do meio social"(Levisky) Assim, em um ambiente em que a proteção social torna-se inexistente em virtude das disparidades sociais crescentes na sociedade, o jovem depara-se com a realidade de escolas deficitárias, mundo profissional concorrido e pouca perspectivas em relação ao futuro. Evidentemente, essa situação de vulnerabilidade abre leque para a delinquência.       No decorrer da história, inúmeras teorias sobre a criminalidade foram analisadas, desde a Frenologia, que determinava a predisposição física do indivíduo ao ato ilegal, passou pelo conflito entre superego, ego e id de Freud, até as conceituações modernas de que o crime tornou-se resposta do sujeito ao meio que vive. Nesse contexto, o perfil dos detentos no Brasil assemelha-se ao da pobreza, jovens, com baixa escolaridade, sem qualificação profissional, vítimas de trabalho infantil, envolvidos com drogas e que ingressaram no mundo das ilicitudes muito cedo. Assim, essa realidade permeia a vida de muitos brasileiros, bem como, demonstra que a incapacidade do Poder Público em gerir políticas efetivas que preservem a cidadania, salvaguardam a segurança e a igualdade fazem os atos criminosos crescerem expressivamente.       Outrossim, essa vulnerabilidade aparece na obra de Jorge Amado, "Capitães da Areia" que trouxe à tona tema caro à sociedade baiana na década de 30, a delinquência juvenil, Pedro Bala e seu clã enfrentam todas as adversidades da vida sem amparo nas ruas, o preconceito por sua condição e a mentalidade de que o encarceramento em massa resolveria a chaga que estes representavam. Na contemporaneidade, a premissa de que reformatórios e prisões servem de medida corretiva, punitiva, além de sinônimo de ressocialização não passam de utopia, pois quando o ser humano recebe tratamento de animal, este torna-se incapaz de conceber algo bom. Assim, somente a privação da liberdade não deve ser encarada como política pública de contenção da criminalidade.       Logo, a resolução desta questão parte da melhor gerência e aplicação do dinheiro público, para a garantia dos serviços básicos com qualidade e eficiência. Ainda cabe ao Estado, a criação de incentivos para que a juventude possa manter-se na escola e posteriormente no curso superior, por meio de um auxílio a família. Além da reformulação do protocolo das instituições prisionais, por meio do trabalho e ensino para que este jovem ao cumprir sua pena recupere sua dignidade, bem como, reinsira-se à sociedade de forma satisfatória.