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Enviada em: 16/10/2018

No celebre romance "Capitães de Areia" do escritor brasileiro Jorge Amado, é retratado a instigante vida de um grupo de crianças que abandonadas lutam e roubam para sobreviver na cidade de salvador. Não obstante, no presente, tal literatura mostra-se mais atual do que nunca, na medida em que a criminalidade entre os jovens, haja vista vista a falta de assistências sociais, bem como a desestruturação do grupo familiar contribuem para as contradições mais perversas de uma sociedade em desenvolvimento Assim,explorar as vertentes que englobam essa realidade torna-se imprescindível.      Em uma primeira análise, é factível que a instabilidade do acesso a uma educação sólida caracteriza-se como engrenagem da fragilidade de muitos jovens brasileiros.Nesse âmbito, parafraseando o filósofo Aristóteles, as políticas sociais devem ser usadas de modo que, por meio de direitos inalienáveis, como a educação e a igualdade, o equilíbrio seja alcançado.De maneira análoga, a falta de uma estrutura educacional coesa, bem como acessibilidade de direitos à saúde e cultura, rompem com essa equilíbrio, uma vez que, o sujeito, ao estar imerso em um panorama social sem oportunidades e perspectiva de vida , acaba, por vezes,  potencializando a entrada de indivíduos jovens no mundo do crime. Assim, indiscutivelmente, percebe-se o quanto a falta de politicas públicas de amparo e suporte aos jovens, repercute na incidência da criminalização entre esses.       Outrossim, é indubitável que a falta de infraestrutura das famílias é igualmente fator dos obstáculos dessa realidade. Dessa modo, em consonância com o sociólogo Émille Durkheim, o indivíduo é determinado pelo meio em que vive. Sob esse prisma, a partir da desestruturação do tecido familiar, com pais desempregados, vínculos com álcool, assim como a miserabilidade de muitas famílias, repercute, negativamente, no desenvolvimento dos jovens e adolescentes, tendo em vista que a permissividade dos pais contribui para a não transferência de valores éticos e morais. Assim, é impreterível o papel da família no combate a diminuição e prevenção da criminalidade no tecido social.    É imperioso, portanto, medidas sinérgicas no embate a essa conjuntura. Primeiramente, cabe a gestão Federal, juntamente com as Secretárias Municipais priorizar, principalmente, nas regiões de maior índice de criminalidade, uma estruturação de novos espaços educativos, como escolas, locais poliesportivos e ambientes culturais, por meio de iniciativas privadas e públicas, a fim de flexibilizar um amparo sólido no desenvolvimento e oportunidades aos jovens. Acrescido a isso, cabe ao Ministério da Educação, juntamente com as escolas, mobilizar a comunidade via projetos sociais, por meio de oficinas e palestras com psicólogos e educadores, com o intuito de promover uma maior integração das famílias e escola, e consequentemente promover uma flexibilidade na reeducação social.