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Enviada em: 29/01/2019

Desde os anos 80, cidades brasileiras experimentaram um aumento crescente da criminalidade, fenômeno complexo de inúmeras variáveis, em especial a vulnerabilidade social, que atinge especialmente os mais jovens. Dados divulgados por diversos órgãos nacionais, como o Ministério da Saúde, vêm apontando, de maneira consistente, a violência como principal fator de morte no grupo de jovens negros entre 15 e 29 anos. Na visão do filósofo francês Foucault, a inibição do comportamento agressivo deve se ancorar em uma punição que desencoraje a prática de ilicitudes, entretanto, a repressão policial ou aumento de rigor nas penas tem falhado em evitar o número de jovens infratores,, seja pela dificuldade de evitar aliciação destes ao crime organizado, seja para recuperar e traze-los de volta a sociedade produtiva.       O fator essencial é a prevenção o recrutamento para o crime. Foi durante os anos 80 que o Brasil, então corredor de drogas de países andinos para a Europa, passou a ser um ávido consumidor. O mercado e consumo de entorpecentes virou lucrativo e o crime organizado ganhou robustez, e, cada vez mais, jovens sem expectativas no Brasil ingressam na marginalidade, em especial aqueles oriundos de periferias e favelas, lugares cuja condição escolar e qualidade de vida é notoriamente baixa, o que faz uma punição criminal ser pouco eficiente, pois, sem metas de uma vida melhor, a tendência é de continuidade desta tragédia social.       Também revela-se a importância de reaver e introduzir aqueles que já se tornaram criminosos na vida social. A grande maioria dos locais de vigia e punição , independentemente de ser internatos para menores infratores ou presídios, mostraram um grande índice de reincidência, especialmente pelo poder de organizações criminosas que atuam nestes locais. Soma-se isto ao fato do preconceito vivido após o cumprimento de pena na sociedade, a chance do regresso do jovem e de cometer crimes ainda mais agressivos é muito alta, perpetuando-se um ciclo de violência permanente.       Assim, designa-se providências diante da inépcia do Estado e Sociedade em proteger a vida dos jovens. A educação primária bem assistida é o fator-chave para o sucesso. Nas escolas, em especial de regiões mais problemáticas das cidades brasileiras, além de professores, deve-se garantir, por lei federal, uma gama de profissionais para evitar o desvio da conduta social, imposta nas sociedades contemporâneas descritas por Focault. Assistentes socias e psicólogos deveriam ser figuras presentes nestas instituições de ensino para acompanhar a situação dos alunos e identificar focos que possam levar alunos a desistência escolar e delinquência, na missão de frear a violência crescente e que dizima a juventude.