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Enviada em: 09/07/2019

No livro Capitães da Areia, o autor Jorge Amado retrata a vida de um grupo de menores que crescem nas ruas da cidade de Salvador e que praticam roubos para sobreviver. Não distante da literatura, hodiernamente, é notório o aumento das taxas de criminalidade juvenil no cenário tupiniquim, posto que o jovem considera a marginalidade como uma maneira de ascensão social fácil e vertiginosa. Isso ocorre, ora em função da disparidade econômica, ora pela relação de poder. Assim, hão de ser analisados tais fatores, a fim de que se possa liquidá-los de forma eficaz.         A priori, vale ressaltar que a criminalidade infanto juvenil é fruto da desigualdade social pertinente no brasil. Isso porque, mediante a ausência de amparo do Estado com os direitos básicos, os indivíduos tendem a permanecerem na pobreza extrema, sendo naturalmente incorporados ao âmbito criminal, buscando, assim, melhores condições de vida. Nesse sentido, verifica-se a veracidade da colocação do ex presidente do Instituto dos Advogados brasileiros, Benedito Calheiros Bomfim, o adolescente abandonado é o caldo de cultura gerador de delinquentes. Logo, é substancial a alteração desse quadro.        Outrossim, é imperativo pontuar que a relação de poder entre jovem e sociedade corrobora para a perpetuação de tais recorrências criminais. Segundo o sociólogo Michel Foucault, não há como falar em violência sem falar em relações de poder. Seguindo esse pressuposto, é perceptível que o adolescente exibe uma necessidade de visibilidade perante a sociedade, utilizando, muitas vezes, de atos violentos e do poder que ele procura exercer sobre os indivíduos sociais. Ademais, a evasão escolar constitui outro fator. Com a exclusão do aspecto educacional, a pessoa dificilmente ingressará no mercado de trabalho, tendo como alternativa o mundo do crime.       Depreende-se, portanto, a urgência de medidas que combatam o aumento da criminalidade infanto juvenil. Para tanto, cabe ao Governo Federal disponibilizar investimentos ao setor educacional, por meio de melhoras na infraestrutura escolar e de capacitação dos professores para criação de aulas mais atrativas, com o intuito de manter o estudante na escola e dar-lhe uma formação íntegra, para que a desigualdade social possa diminuir no Brasil. Por fim, cabe ao estado verificar se os pontos constitucionais como educação, saúde, lazer, alimentação e moradia estão sendo garantidos pelos municípios, mediante a fiscalização por agentes do Governo Estadual, com o objetivo de romper as relações de poder e de cultivar um sentimento de cuidado social. Quiçá, assim, tal hiato reverter-se- á sobretudo na perspetiva canarinha.