Materiais:
Enviada em: 28/08/2019

“Enquanto é menor se sente menos punido, pra botar seu produto pra vender... pó, pedra, é o fim do caminho.”. A música interpretada pelo cantor MV Bill retrata o dia a dia de muitos jovens brasileiros. Nos últimos anos, o número de adolescentes envolvidos com crimes cresceu exponencialmente. Desse modo, faz-se necessário debater acerca das causas e consequências de uma juventude corrompida pela criminalidade.       Em primeiro plano, urge analisar os motivos que levam um jovem a esse modo de vida. De acordo com o educador Paulo Freire, quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor. Nesse viés, muitas escolas e ambiente não exercem sua função de libertadores, seja pela falta de estrutura ou pela falta de incentivos e referências exemplares, o jovem busca um meio, de tornar-se o opressor, e a criminalidade é um desses meios.        Ainda, outro fator a salientar é a busca do mundo do crime como meio de sobrevivência. Uma vez que, mesmo com a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em 1990, - que defende o direito à vida, à educação, à alimentação-, muitos jovens não têm esses direitos assegurados, e precisam encontrar outros modos de se suprirem suas necessidades básicas e se manterem vivos. Isso torna-se notável em ambientes com uma baixa renda per capta, como em comunidades carentes, e gera ainda mais segregação socioespacial.     Dessarte, faz-se necessário a tomada de medidas que revertam o entrave abordado. Posto isso, concerne ao Estado, calcado na Constituição de 1988, a criação de centros de acolhimento de jovens em comunidades carentes, que funcionem em tempo integral e possuam aulas e cursos ministrados por pessoas que possam oferecer uma educação libertadora, defendida por Paulo Freire, e, também, para que possam conferir se a os direitos defendidos pelo ECA estão sendo cumpridos.