Enviada em: 26/10/2017

O Brasil possui um dos maiores índices de criminalidade do mundo. Seus números são equivalentes aos registrados em países com guerra civil declarada. Essa realidade, que é ainda mais agressiva nos grandes centros urbanos, afeta diretamente a camada mais jovem e desfavorecida da sociedade. Como consequência, em todas as regiões do país, verifica-se um significativo aumento no número de jovens envolvidos em atividades criminosas. Nesse sentido, em alguns Estados, segundo uma pesquisa divulgada pela Folha, a participação de menores de 18 anos de idade em homicídios chega a 31% do total de casos registrados.    Nesse cenário, destaca-se a participação do crime organizado que, aproveitando-se da fragilidade do Código Penal brasileiro e das prerrogativas protetivas do Estatuto da Criança e do Adolescente, recrutam adolescentes como mão-de-obra alternativa para a prática crimes e atividades delituosas. Colabora para esse tipo de assédio a ambição natural dos jovens de, diante de um cenário de desesperança, buscarem uma posição de destaque social e reconhecimento dentro de sua comunidade, ainda que seja pela ligação com o mundo do crime.   Concomitantemente, a realidade educacional e econômica do Brasil colabora para o agravamento dessa situação. Nesse viés, muitas crianças e adolescentes não são alfabetizados e, quando conseguem estudar, não encontram oportunidades no mercado de trabalho. Além desses graves problemas sociais, muitas crianças crescem sem o convívio com os pais, que precisam trabalhar, assim, ficam ainda mais a frágeis e expostos à ação do crime organizado.   Urge, portanto, a necessidade do governo desenvolver políticas eficientes de apoio à criança e ao adolescente, principalmente no que tange ao acolhimento educacional e ao incentivo para obtenção do primeiro emprego. Além disso, é necessária uma intervenção legislativa, tornando as leis mais rígidas e eficientes na punição de criminosos que recrutam jovens para atuação em favor do tráfico de drogas e da criminalidade.