Materiais:
Enviada em: 30/10/2017

Por um futuro melhor Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, em sua obra "Em busca da política", nenhum país que esquece a arte de questionar pode esperar encontrar respostas para as adversidades que o afligem. Nessa perspectiva, tornam-se passíveis de discussão os problemas enfrentados, hoje, pela sociedade brasileira no que tange ao aumento da taxa de criminalidade entre os jovens brasileiros. Logo, poder público e coletividade devem unir forças objetivando combater esse problema social.    Em primeiro plano, é fato que a privação de direitos básicos estabelecidos na Constituição como os referentes à vida, à educação e à cultura é uma das causas da entrada de jovens para o mundo do crime. Prova disso é encontrada em comunidades onde a falta de políticas públicas eficientes que garantam tais direitos faz desses espaços terreno fértil para o surgimento e a consolidação de organizações criminosas. Nesse cenário, tais grupos aliciam facilmente o jovem desassistido que vê nesse modo de vida uma alternativa para "ser alguém". Dessa forma, as regiões periféricas das cidades experimentam um controle paralelo ao do Estado, nas quais o adulto chefe do crime organizado é quem oferece oportunidade - dinheiro, festas e reconhecimento - ao menor desamparado.    Concomitantemente, a precária assistência dado pelo governo e pela sociedade às crianças e aos adolescentes que já se envolveram com a prática criminosa é fator que corrobora com a reincidência e com o aumento no número de jovens que cometem delitos. Nesse sentido, a falta de um ambiente reparador, humano e de caráter reabilitador e ressocializador materializado por casas com psicólogos, assistentes sociais, professores e juízes devidamente preparados para recebê-los; somada à existência de uma sociedade que fecha os olhos e desacredita no potencial de seus menores, impede a busca de soluções para esse problema.    Por tudo isso, é urgente que o Estado cumpra o seu papel de garantir uma vida digna à todos através de um ensino público eficiente nos níveis fundamental e médio, além de criar programas de incentivo ao teatro, à dança e ao esporte, principalmente nas periferias urbanas, para que o jovem, dessa vez devidamente assistido, não seja atraído pelo crime. Ademais, cabe à sociedade civil organizada, em parceria com ONGs, discutir meios para resgatar e aprimorar as situações das casas que recebem o menor infrator. Deste modo, observada uma ação conjunta entre todos os atores sociais, o país dará passos firmes na direção de um futuro melhor.