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Enviada em: 30/10/2017

O caso “Champinha” chamou atenção alguns anos atrás para a criminalidade juvenil no Brasil. Essa realidade, contudo, permanece constante no cotidiano da população, o que configura uma problemática para o país. Em vista disso, é fundamental discutir os principais pontos envolvidos nesse tema, seja pela perspectiva do distanciamento por parte do estado, seja pelo viés do preconceito coletivo.         Em primeira instância, é importante ressaltar que o crime é inegavelmente concentrado em determinados ambientes. Desse modo, percebe-se, nesses locais, que ausência de estruturas governamentais propicia o aparecimento de outras figuras para assumir o controle, sendo estas, geralmente, ligadas a organizações criminosas. Por conseguinte, por intermédio do pensamento Durkheimiano, é perceptível a coerção social atuante nessas regiões. Essa lógica é ilustrada a partir do alto grau de estruturação das facções na influência de jovens locais, utilizando-se de promessas de ascensão social. Assim, possibilita-se o aparecimento de cidadãos cada vez mais jovens no mundo do crime, conforme atesta o “Mapa da Violência”.           Outrossim, é válido ressaltar que o preconceito tem papel fundamental nos índices de criminalidade juvenil. Essa afirmação é sustentada pela alta incidência de homens negros e pobres em atos contrários à lei, o que remonta a um passado colonial marcado pela marginalização racial. Dessa forma, a população abastada preferiu, ao longo do tempo, isolar-se espacialmente, como ocorre em condomínios fechados; compactuando com os ideias arcaicos de preconceito. Como resultado desse distanciamento, delega-se unicamente à polícia o papel de conter os infratores, impossibilitando uma resolução efetiva e corroborando a continuidade da cooptação de jovens pela criminalidade.           Infere-se, portanto, que é necessário evitar a multiplicação de barbáries juvenis.Logo, é fundamental a atuação do Poder Público aumentando sua participação em locais carentes, por meio do investimento em ONGs que estimulem a formação técnica dos cidadãos em desenvolvimento e entrada no mercado, uma vez que, assim, é possível desconstruir os supostos benefícios da criminalidade para os jovens menos favorecidos. Para mais, é essencial que a escola prepare o cidadão para ser ativo, por intermédio do incentivo a acompanhar deliberações políticas sobre práticas criminosas de indivíduos imaturos, já que, dessa maneira, impede-se o afastamento baseado no preconceito.